A chamada Geração Milennials (ou Geração Y) está disposta a pagar mais por alimentos que tragam benefícios a saúde. A afirmação é da diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner.
“Essa procura leva as pessoas a preferir consumir alimentos orgânicos. Ao mesmo tempo, consumidores sensibilizados buscam alimentos menos ultraprocessados e um sistema alimentar menos destrutivo ao meio-ambiente e que apoie os produtores locais”.
Diversificação
Todo esse movimento está incentivando as grandes marcas a diversificar suas linhas de alimentos, com a criação de produtos mais saudáveis (que tenham menos açúcar e sódio, por exemplo) e até mesmo modernizando produtos já consagrados.
A Nestlé desenvolve sua própria cadeia de leite orgânico no interior do Estado de São Paulo. A Seara Alimentos acaba de lançar uma linha de frangos orgânicos. A Unilever utiliza sua força de distribuição para criar novos canais de venda e expandir os produtos da Mãe Terra, adquirida em 2017. Já o varejista Carrefour planeja dobrar suas vendas de alimentos saudáveis, de marca própria, e que inclui orgânicos.
“São alternativas para combater a perda de mercado e a redução das vendas resultante da entrada de novos concorrentes que têm uma pegada de modernidade e são mais focados no consumidor. São concorrentes que abriram uma comunicação direta por meio das mídias sociais e introduzem novas marcas”, destaca Sylvia.
Fornecedores
Com essa nova tendência, ela acredita que deverá aumentar a procura de grandes marcas e varejistas por fornecedores de alimentos orgânicos. Além disso, observa a diretora da SNA, algumas dessas marcas podem investir na melhoria dos próprios fornecedores, uma vez que eles necessitam incrementar sua escala produtiva e a capacidade de negociação.
“As grandes marcas devem utilizar sua capilaridade para incrementar a distribuição dos produtos, criar escala e, nos produtos industrializados, possivelmente teremos uma redução de preços. Um mercado em crescimento deverá atrair novos investidores”, afirma Sylvia.
Mudanças
Por sua vez, os produtores deverão acompanhar essas mudanças. “Eles terão de se profissionalizar, melhorar a gestão, enxergar os sítios como empresas, criar equipes motivadas e capacitadas e criar pontes com a academia e pesquisadores que focam no orgânico”, salienta a diretora da SNA.
“Agricultores familiares têm se fortalecido criando associações e cooperativas, incrementando o vínculo de fornecimento de insumos com vantagens competitivas geradas pelo agrupamento”, acrescenta Sylvia.
Por outro lado, diz ela, “os produtores também devem estar atentos às mudanças no varejo e ao impacto dos novos canais de comercialização como lojas especializadas, comércio eletrônico, multi comércios, entregas em domicílio, feiras, grupos de consumidores, entre outros”.
Fonte: SNA