A LG Electronics, terceira maior fabricante mundial de telefones celulares, anunciou ontem que vai fechar sua fábrica de aparelhos móveis no México, em junho, depois de o país remover as tarifas para produtos importados.
O México acabou com a tarifa de 15% para importados em fevereiro. "As tarifas no México foram removidas, então não há valor na produção local", disse a companhia. Segundo a LG, sua fábrica no Brasil tem capacidade suficiente para absorver a maior parte da produção hoje feita na unidade mexicana.
A companhia sul-coreana pretende cortar os custos em 30% neste ano, aumentando ao máximo a produtividade e a eficiência.
A fábrica de celulares da LG no México, com cerca de 200 funcionários, produz 200 mil unidades por mês. A companhia disse que ainda tem de decidir o que fazer com os funcionários da unidade. A LG já cortou vagas em algumas fábricas no exterior. A empresa tem bases de produção no Brasil, na China e na Índia.
Melhorar a eficiência vem se tornando mais importante para a LG à medida que as principais fabricantes de celulares tentam reverter as vendas em queda, devido à crise econômica mundial. No mês passado, a LG divulgou prejuízo pelo segundo trimestre consecutivo, atribuindo o desempenho à redução na demanda por celulares e TVs de tela plana.
O enfraquecimento da moeda coreana proporcionou uma proteção à LG em meio à pior crise do setor, que está levando companhias japonesas como a Sony a adotar duros planos de reestruturação. Apesar disso, a LG projeta uma queda de 20% nas vendas este ano.
Em número de unidades, a divisão de mobilidade da LG se saiu melhor que a Nokia e a Ericsson no primeiro trimestre. A LG vendeu 22,6 milhões de celulares no período, um volume 7% inferior ao do mesmo período do ano passado.
A LG tenta aumentar sua participação no mercado global, saindo dos 8,5% do ano passado para 10% neste ano. A companhia planeja fazer agressivas incursões em mercados emergentes como a China, o Oriente Médio, o Leste Europeu e o Sudeste Asiático.
Analistas do setor preveem o retorno da LG à lucratividade no segundo trimestre. A projeção da empresa é de que as vendas vão aumentar 10% no segundo trimestre, frente ao trimestre anterior, impulsionadas pela demanda sazonal pelos aparelhos de ar-condicionado.
Veículo: Valor Econômico