A fusão da Sadia S.A. pela Perdigão S.A., que deu origem à Brasil Foods, vai ajudar o País a aumentar suas exportações de alimentos, bem como a elevar o nível de emprego e a renda dos produtores rurais, disse ontem o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
No entanto, a união entre as empresas preocupa o setor supermercadista, que já tem uma estratégia para resistir ao grande poder de fogo adquirido pela megacompanhia que acaba de nascer: "Vamos abrir espaço para as marcas menores", avisa o diretor de uma grande rede de supermercados. O temor dos supermercados é que Sadia e Perdigão nivelem as condições de negociação em termos de prazos, preços e bonificações dadas aos clientes.
"A empresa se tornará mais forte, trabalhará melhor com os fornecedores, e isso certamente vai ajudar a aumentar as exportações", disse Stephanes.
A Perdigão, a maior empresa alimentícia do Brasil, concordou em 19 de maio em assumir o controle da concorrente Sadia, em uma transação à base de troca de ações que vai formar a maior empresa mundial de carne de frango por valor de mercado, suplantando a norte-americana Tyson Foods Inc.
"O Brasil, o maior exportador mundial de carne de frango, também vai se beneficiar com a decisão da China, esta semana, de permitir que 24 produtoras brasileiras exportem o produto para seu país", disse Stephanes.
Segundo o ministro, a abertura do mercado chinês representa uma perspectiva excepcional para o futuro de nossas exportações Stephanes disse que o governo ainda desconhece qual é o volume de frango que a China pretende importar.
Seae
No mesmo dia, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae) ainda não foi notificada sobre a fusão entre os grupos.
"Estamos aguardando a notificação das empresas, que ainda estão dentro do prazo", disse Antonio Henrique Pinheiro Silveira, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.
Segundo ele, a Seae tem toda a tranquilidade para examinar (a questão) com o máximo critério e afinco. O prazo para entrega do processo de fusão para análise da Seae é de 15 dias corridos a partir da formalização da nova empresa. Silveira lembrou que a Seae tem uma área que lida com atos de concentração. O procedimento para análise desses casos tem início quando o sistema de proteção da concorrência é notificado da fusão.
Veículo: DCI