Grupo Savoy abre o leque de investimentos para "atacarejo"

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Com aporte próprio de R$ 210 milhões, a empresa de Hugo Salomone, o Grupo Savoy, amplia seus negócios de shoppings e empreendimentos imobiliários. O grupo estende agora sua atuação ao segmento de atacado e varejo, pois, daqui a 10 meses, entregará seu novo empreendimento, o complexo de lojas denominado Nova 25 de Março, onde deve colocar ainda áreas como hotelaria e centro de convenções. O empreendimento abrigará comércio popular, porém contará com infraestrutura para 4 mil vagas de estacionamento, sanitários e plataforma de embarque e desembarque de excursões, além de ser favorecido pela presença de metrô (linha Lilás) e por corredores de ônibus. Haverá uma réplica do Mercado Municipal, e a construção pré-moldada, que está nas fundações, fica na Marginal do Pinheiros, sentido da Rodovia Castelo Branco, no bairro de Santo Amaro. A Savoy disse já ter alugado quase 80% de seu espaço.

 

O empreendimento se divide em duas fases, sendo a primeira, um espaço para 150 lojas, das quais 120 estão alugadas. "O investimento é de um shopping center de grandes proporções. Na segunda fase, voltada para os serviços, teremos espaço para construção de um hotel, um centro de convenções e cinema. A primeira fase terá aporte de R$ 76 milhões e as restantes, mais R$ 134 milhões. Temos um grupo de investidores que canaliza verba, sem precisar buscar no mercado financeiro", afirmou Márcio Bevilacqua, diretor do grupo

 

De acordo com ele, o novo empreendimento terá uma réplica do Mercado Municpal de 3 mil metros quadrados (ante 10 mil m² do original). "Os moldes serão os mesmos: a venda de secos e molhados será no térreo, e no segundo andar teremos sanduíche de mortadela e pastel." Bevilacqua diz ainda esperar um público de 400 mil pessoas por dia, e que as lojas-âncoras terão no máximo 4 m² e as satélite de 800 m² para baixo. Já os espaços de alimentação terão 40 m². "O público e as cargas das lojas não vão se misturar, pois teremos uma via interna para abastecer as lojas. Acredito que a população da zona sul e de cidades vizinhas venha comprar aqui."

 

Como principal argumento, Bevilacqua diz que os lojistas ganharão um único espaço para vender suas mercadorias. "A idéia é ser um lugar funcional para o lojista ganhar escala. No centro, em algumas situações é necessário ter duas lojas: uma de 300 m² e outra de 50m², para acomodar mercadorias", ressalta ele.

 

Um dos que apostam no novo empreendimento é Miguel Giorgi Junior, diretor da Loja Gaivota e ex-presidente da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), cujo plano é chegar a 10 lojas até 2012. "É um novo produto temático e tem ideia de ser um polo de compras na zona sul da capital, hoje o maior colégio eleitoral da cidade. Teremos comerciantes de Bom Retiro, Brás e Santa Ifigênia. Mas o local nunca substituirá o centro da cidade: é como querer fazer um novo Ibirapuera em outra região de São Paulo." Ele aponta como tendência que fornecedores da 25 de Março montem lojas de varejo no novo centro de compras. O comerciante montará uma loja de 300 m² no novo espaço e gastará por volta de R$ 400 mil nessa empreitada. "Temos clientes na região do Ipiranga que preferem comprar em minha filial de Santo Bernardo do Campo a ir ao centro. O mesmo deve acontecer no novo centro. Os preços serão os mesmos e os lucros também."

 

Concorrência

 

O vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (Acsp), Roberto Mateus Ordine, diz que o abrir um novo centro de compras popular na cidade de São Paulo é uma incógnita. Ele vê que, de um lado, pode melhorar o sistema de vendas, pois o novo centro tem infraestrutura e capacidade para evitar a proliferação dos ambulantes. De outro, pode gerar concorrência entre os dois grandes polos. "Seria um outlet moderno no Brasil. Os comerciantes precisam migrar ou abrir novas filiais no novo empreendimento para que ele tenha força e apelo em todo o Brasil. Não há dúvida de que é um projeto audacioso."

 

Para ele, o sucesso dependerá das empresas que vão aderir ao espaço. "Não basta um local com infraestutura, é preciso um bom mix de lojas e de produtos. Não esquecendo que os preços devem ser compatíveis aos do centro da cidade. Se não houver este perfil, não haverá a repercussão que se espera." Quem desconfia do sucesso do empreendimento é a rede Fernando Maluhy Tecidos e a Armarinhos Fernando. Para eles, muitos comerciantes da 25 de Março não abandonarão o Centro. "A utilização do nome pode melhorar ou piorar", definiu Fernando Maluhy, diretor da loja.

 

Veículo: DCI

 


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