Oggi, de SP, aumenta presença no varejo e chega ao Rio e Espírito Santo

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Lílian Cunha, de São Paulo

 

Vender sorvete no frio não é tarefa fácil. Mas Rodrigo Mauad, diretor da Oggi Sorvetes, tem uma fórmula para continuar faturando no inverno: boas margens de lucro para os varejistas revendedores. Essa estratégia - colocada em prática desde que a empresa foi criada, em 2006 - tem sido responsável pela expansão da marca paulista, que agora chega ao Rio de Janeiro e ao Espírito Santo. "Enquanto marcas líderes pagam de 27% a 30% do valor de venda para o ponto comercial, a Oggi entrega de 47% a 50%", diz o empresário.

 

Dessa maneira, a empresa passou de 1 mil pontos de venda em seu primeiro ano de atuação para os atuais 2,5 mil - todos só no estado de São Paulo, fora os 500 carrinhos de praia que vendem Oggi no litoral paulista durante o verão. "Agora estamos chegando em Vitória com mais 700 pontos e no Rio de Janeiro, em redes de supermercado como a Zona Sul, além de 100 carrinhos nas praias", conta Mauad.

 

Esta será a primeira vez que a marca será vendida em supermercados. Até hoje, o forte da Oggi eram os postos de gasolina, com ou sem lojas de conveniência. A origem da marca explica o perfil: a Oggi é "filha" da tradicional empresa Só Gelo, de São Bernardo do Campo (SP), uma das primeiras fábricas do produto no país, dirigida por Sérgio Mauad - pai de Rodrigo.

 

Nos anos 80, o negócio de gelo era direcionado basicamente a construtoras (que usavam gelo para resfriar o concreto) e empresas de pescado. Só na década de 90 - quando os antigos clientes passaram a fabricar seu próprio gelo em vez de comprá-lo - é que o foco da Só Gelo passou a ser o consumidor pessoa física. "Foi aí que passamos a fazer parcerias com os postos de combustíveis", conta Mauad. A Só Gelo entrava com freezers e o produto e o dono do posto recebia uma comissão de venda.

 

Com o tempo, entretanto, o negócio foi perdendo rentabilidade. "O número de concorrentes aumentou muito e boa parte sonegava impostos. Além disso, o custo de manutenção e reposição dos freezers foi inviabilizando o negócio", diz. No início dos anos 2000, segundo Mauad, a Só Gelo gastava de R$ 100 mil a R$ 200 mil só com a troca de freezers avariados.

 

Foi aí que Sérgio Mauad teve a ideia de começar a fabricar refrigeradores. "Enquanto os do mercado eram projetados para durar no máximo sete anos, os nossos eram feitos para 10, 12 anos de funcionamento", conta o filho. O negócio deu tão certo que, além de abastecer a Só Gelo, a empresa começou a receber pedidos para vender as geladeiras.

 

Um desses pedidos era de um varejo que iria armazenar sorvetes. "Ao testar a geladeira com um monte de picolés que havíamos comprado, meu pai teve outra ideia: por que não vender sorvete?", relembra Mauad. A logística, afinal, seria a mesma. Mas o produto teria um valor agregado e um giro bem maiores que o do gelo. Assim nasceu a Oggi, que em seu primeiro ano de mercado faturou R$ 2 milhões. No ano passado, as vendas chegaram a R$ 9 milhões e devem pular para R$ 15 milhões até dezembro, com os novos pontos de venda.

 

Veículo: Valor Econômico


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