Agência Estado

 

BRASÍLIA, RIO DE JANEIRO - O excesso de chuvas no Nordeste e a seca no Sul levaram a uma queda maior no nono levantamento da safra de grãos 2008/2009, feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em relação ao ciclo 2007/2008, o melhor da história brasileira, o estudo mostra uma queda de 6,9% na produção, caindo de 144,1 milhões para 134,1 milhões de toneladas, mesmo com o aumento da área plantada de 47,4 milhões para 47,6 milhões de hectares.

 

No último levantamento, feito há um mês, a previsão de colheita era de 136,6 milhões de toneladas de grãos. O clima prejudicou principalmente o Sul, responsável por 39,9% da produção nacional. Na região, a redução estimada é de 10,2% na produção, que deve ficar em 53,5 milhões de toneladas.

 

No Nordeste, a queda prevista é de 4,9%, com uma colheita de 11,95 milhões de toneladas. As outras regiões também devem reduzir a produção: Centro-Oeste (-4,8%), com 48 milhões de toneladas, Norte (-4,3%), colhendo 3,9 milhões de toneladas e Sudeste (-3,8%), com produção de 16,77 milhões de toneladas de grãos.

 

Em todas as 14 culturas avaliadas pela Conab, apenas o arroz apresentou crescimento. Os produtores do cereal, com mais de 80% da colheita concluída, devem bater o recorde nacional registrado na última safra, de 12,06 milhões de toneladas. A nova marca deve ficar em torno de 12,7 milhões de toneladas. O feijão, que junto com o arroz é o principal alimento básico da população, manteve-se com 3,52 milhões de toneladas.

 

"Mesmo diante de todas as adversidades climáticas, o Brasil vai colher a segunda maior safra da história. Estamos mantendo um crescimento de mais de 60% nos últimos dez anos", afirmou, Wagner Rossi, presidente da Conab.

 

IBGE

 

A estimativa da safra de grãos para 2009, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), manteve a previsão de queda na produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas. O prognóstico indica que devem ser colhidos 135 milhões de toneladas este ano - volume 7,5% inferior ao obtido no ano passado, quando a produção foi de 145 8 milhões de toneladas. O recuo apontado pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de maio é maior do que o estimado em abril (6 8%). De acordo com o documento, a área plantada deve chegar a 47,2 milhões de hectares. Os destaques são: soja, com aumento de 2,1%; arroz, com alta de 1 9%; e milho, única que deve ter redução (-3,6%).

 

Veículo: DCI