Levantamento de estoques privados de café gera polêmica

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De Brasília


  
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) provocou ontem polêmica e mal-estar com parte da cadeia produtiva do café ao divulgar o total dos estoques do produto em mãos do setor privado. O presidente da estatal, Wagner Rossi, disse que o volume de 14,6 milhões de sacas de café informado pelo setor privado estaria "superestimado" por ter sido declarado por "agentes interessados" na variação das cotações do grão.

 

"Suspeitamos que não seja esse dado, que está superestimado", disse. "Pode estar inflado, sim". Rossi afirmou, ainda, que a relação entre produção e estoques costuma ficar, no máximo, em 20%. "Por esses dados, estamos acima de 30%. Não dá", opinou o presidente. A produção está estimada em 45,993 milhões de sacas.

 

Em nota, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) classificou como "inconsequentes" as declarações de Rossi e o acusou de "má-fé" por usar insinuações. Os exportadores afirmam que "é inconcebível" a Conab, contratada pelo setor cafeeiro para realizar os levantamentos de safra e de estoque, divulgar dados "que, no dizer de seu presidente, podem estar inflados", protestou o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga. "A observação por ele feita de que os dados são fornecidos de modo espontâneo, e que por isso podem estar 'exagerados', insinuando que houve intenção dos exportadores de atender a interesses subalternos, é inconsequente e não corresponde à realidade".

 

Braga rejeitou a "insinuação" de que os números tivessem interferência de exportadores interessados em adquirir o produto mais barato no mercado interno para vendê-lo com margens maiores. "De um lado essa insinuação aponta má-fé, de outro mostra uma desinformação de como o mercado cafeeiro funciona, e da estreita correlação entre preços internos e externos".

 

O Cecafé informou que a rotina de verificação dos estoques tem sido adotada "há cinco anos". "E nunca a Conab levantou suspeita sobre os dados fornecidos, até porque a verificação física e documental sempre esteve à disposição da empresa, como agora". (MZ)

 

Veículo: Valor Econômico


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