O número de presidentes de grandes multinacionais no Brasil no evento promovido ontem pelo Wal-Mart, em São sPaulo, dá a medida do poder econômico da multinacional americana, a maior varejista do mundo e, provavelmente, a maior cliente de muitas das principais fabricantes globais de bens de consumo.
Recepcionados por Héctor Núñez, presidente do Wal-Mart no Brasil, altos executivos de 20 empresas assinaram ontem um "pacto pela sustentabilidade", iniciativa que está sendo conduzida globalmente pela varejista com o objetivo de fixar metas ambientais para os seus fornecedores ao redor do mundo.
O primeiro evento do gênero foi realizado pelo Wal-Mart em Pequim, na China, no passado. O país asiático, segundo Núñez, foi escolhido por ser um grande fornecedor de muitos dos itens vendidos nas lojas e por ser, comumente, alvo de críticas dos ambientalistas.
O Brasil é o segundo país onde o "pacto pela sustentabilidade" proposto pelo Wal-Mart foi assinado por grandes fornecedores, embora muitos deles mantenham um relacionamento em bases globais com a varejista. A ideia é replicar o evento nos demais países onde a multinacional atua.
Na lista dos CEOs que assinaram ontem o compromisso com a varejista figuraram os presidentes no Brasil da Unilever, Nestlé, Cargill, Sara Lee, Pepsico, Kimberly-Clark, Diageo e Johnson&Johnson. Também assinaram o documento vice-presidentes e diretores da 3M, Ambev, Bunge, Cola-Cola, Marfrig, Grupo JBS e Grupo Bertin.
As metas ambientais estabelecidas pelo Wal-Mart - muitas delas a serem alcançadas até 2013 - abrangem vários aspectos da cadeia de suprimentos, incluindo a redução de 5% no uso de embalagens. O grupo se propõe ainda a reduzir o consumo de sacolas plásticas em 50%.
O Wal-Mart também quer que as indústrias de sabão em pó e detergentes reduzam em 70% o uso de fosfato e oferecem produtos duas vezes mais concentrados. (BB, CF, MC)
Veículo: Valor Econômico