Queda do dólar eleva mix de produtos estrangeiros.
A queda do dólar para um patamar abaixo de R$ 2 estimula as redes de supermercados a incrementarem a oferta de produtos importados. Ao mesmo tempo, de acordo com supermercadistas, o recuo da cotação da moeda norte-americana vai possibilitar a prática de preços mais acessíveis para o consumidor final.
O Supermercado Verdemar, com duas unidades na Capital, além de outras duas que serão inauguradas neste ano - Diamond Mall e Jardim Canadá, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) -, possui um mix de 2 mil produtos importados.
Segundo o gerente comercial da rede, Cássio Guilherme Coutinho, a cesta de produtos estrangeiros representa 13,3% das mercadorias e 15% do volume total das vendas do empreendimento.
Efeitos climáticos - Conforme o gerente, a retração do dólar não é o único fator que influencia nos preços dos importados. "Com a baixa do dólar conseguimos trazer produtos com preços mais competitivos, mas outros fatores também influenciam nos preços. As alterações climáticas, por exemplo, que agem sobre a safra das uvas, também contribuem para as variações de valores dos vinhos", observou Coutinho.
Negociações em euro - Segundo o gerente do Verdemar, a rede trabalha, pricipalmente, com vinhos, azeites, massas, geléias e atomatados importados. Ele ressaltou que, dos 2 mil produtos estrangeiros, 800 são importados pelo próprio supermercado e 1,2 mil são negociados junto a outras empresas importadoras. Coutinho ponderou que a queda do dólar estimula as importações, mas a empresa também compra itens de países europeus, onde a moeda vigente nas negociações é o euro.
O Supernosso, com 16 unidades em Belo Horizonte, das quais quatro usam a bandeira do Apoio Mineiro, expõe em suas gôndolas cerca de 2 mil produtos importados, conforme o diretor-executivo da rede, Euler Fuad. "O câmbio atual incentiva o aumento do volume das importações. Devemos ter um incremento no mix de importados", previu o diretor, que preferiu não fazer projeções.
Entre os itens importados mais comercializados pelo grupo, ganham destaque os segmentos de bebidas, chocolates, produtos gourmets e massas.
De acordo com Fuad, as vendas mensais das mercadorias estrangeiras representam 8% do total comercializado. "Com a cotação atual do dólar, esperamos incrementar esta porcentagem para 10% ao mês", estimou.
Na opinião do executivo do Supernosso, a crise econômica está mudando o comportamento das pessoas. "A retração financeira está levando o consumidor a deixar de comprar bens de maior valor e compensar nos gastos com a cesta do supermercado. Isso é muito bom para o setor", ressaltou.
Veículo: Jornal da Tarde - SP