A indústria de higiene e limpeza Condor, de São Bento do Sul (SC), traçou como objetivo um crescimento de 50% no seu faturamento até 2012. A empresa, que faturou R$ 203,8 milhões em 2008, pretende focar em inovação e diversificação de produtos para atingir essa marca. De acordo com o diretor-geral da companhia, Osmar Mühlbauer, o plano envolve investimentos, principalmente, em renovação do parque fabril.
A Condor não revela o total de investimentos até 2012, mas Mühlbauer diz que só a parte de novas máquinas, a mais relevante, consumirá R$ 28 milhões. Os equipamentos serão trazidos da Europa e Ásia, para aproveitar a temporada de dólar atraente para importação, e vão substituir máquinas que estão em uso há cerca de 20 anos e têm baixa produtividade.
O novo planejamento ocorreu depois que a Fundação Dom Cabral foi contratada, ainda no ano passado, para auxiliar na análise dos diversos setores nos quais a empresa está inserida. A ideia era avaliar o tamanho de cada setor e saber qual o potencial de crescimento. A Condor atua em seis áreas: creme e fio dental, escovas de dente, escovas de cabelo, vassouras e "mops" e pincéis para pintura artística e pintura imobiliária.
Segundo Mühlbauer, após a avaliação, a empresa decidiu por manter-se em todos os segmentos de atuação. Ela verificou que não há perda de força de uma área para outra de atuação, principalmente por ter adotado coordenadores de produtos para cada segmento e, em alguns casos, ter uma estrutura comercial independente. Já a opção pelo foco em inovação e diversificação de produtos neste momento, diz ele, é uma exigência do mercado e uma forma de se armar para um avanço mais forte dos concorrentes multinacionais. A Condor concorre com empresas como 3M, Johnson & Johnson e Colgate-Palmolive.
Em creme dental, um dos segmentos mais recentes para a indústria catarinense, no qual entrou em 2006 a partir da compra da Bonamil, no Nordeste, o foco é o "desenvolvimento de novas formulações". Nas demais áreas, a Condor quer acelerar o ritmo de lançamentos, para não ficar defasada em relação ao desejo do consumidor. O executivo diz que não há um volume pré-definido de novos produtos por ano.
"O Brasil é considerado um mercado com grande potencial, ao lado da China e Índia. Todas as multinacionais estão olhando esses países com mais atenção do que há um ano porque buscam novos mercados, já que Estados Unidos e Europa continuam encolhendo. Temos de deixar clara a nossa posição, sob pena de ter quem ocupe a nossa fatia", disse Mühlbauer.
Ao longo do primeiro semestre, o executivo comentou que a empresa teve dificuldades para atingir as metas de crescimento programadas por conta da crise mundial. "O pessimismo foi generalizado e o consumidor se retraiu." Mas ele acredita que no segundo semestre haverá aumento de demanda e a Condor poderá chegar ao faturamento de R$ 225 milhões. Uma das estratégias para incrementar as vendas será sua primeira promoção a clientes. Em comemoração aos seus 80 anos, completados em 2009, ela vai dar R$ 80 mil em certificados de ouro e 80 notebooks a consumidores.
De acordo com Mühlbauer, nos últimos meses a Condor reforçou as vendas na América Latina de forma a compensar a retração no mercado dos Estados Unidos. Ele diz que perdeu um dos seus principais clientes americanos. "Tivemos de aumentar preço porque as margens estavam sendo sacrificadas, o que não foi aceito pelo cliente." Contudo, a empresa manteve as exportações em 10% do total faturado, com crescimento das vendas para Argentina, Chile e Paraguai.
Veículo: Valor Econômico