Roupa infantil pode ter tamanho padronizado

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Se projeto for adotado pelas confecções, idade será substituída por uma medida padrão baseada na estatura da criança, em centímetros

 

Para facilitar a vida do consumidor, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu um projeto para padronizar os tamanhos das roupas infanto-juvenis. Hoje, um macacão de bebê recém-nascido pode variar de 50 a 55 centímetros, em média. "A gente se acostuma e aprende a ter olhômetro", diz Kamila Fippel, de 37 anos, mãe de Kailyn, de 3 anos, Maria Eduarda, de 6, e Pedro, de 15. "Sei quando uma roupa tamanho 3 é grande ou pequena para a Kailyn. "

 

"É bem difícil acertar na compra. Cada fabricante adota um referencial", diz a engenheira têxtil Maria Adelina Pereira, da ABNT. O projeto foi apresentado há 15 dias, com o apoio de sete entidades, entre elas a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), durante a Feira Internacional do Setor Infantil, Juvenil/Teen e Bebê (FIT). "A norma não será obrigatória. Adere quem quiser", diz Sylvio Napoli, gerente de Infraestrutura e Capacitação Tecnológica da Abit.

 

Como as confecções infanto-juvenis tomam a idade como base para a numeração marcada na etiqueta, não existe padrão para determinar o tamanho da roupa em centímetros, o que confunde o consumidor. Se o novo projeto da ABNT vigorar, a idade será substituída por uma medida padrão baseada na estatura da criança, em centímetros. Para ter uma ideia, no lugar do atual tamanho 3, por exemplo, o consumidor vai achar 98 centímetros. Já existe uma tabela de referência com todas as idades e seus respectivos tamanhos.

 

Mais do que a preocupação com o consumidor que compra no balcão, a nova padronização está de olho na ampliação das vendas pela internet. "Enquanto o e-commerce é incipiente no Brasil, o mercado têxtil infantil e adulto faturou US$ 230 milhões nos EUA no ano passado", compara Roberto Chadad, presidente da Abravest. O segmento infanto-juvenil representa 15% do mercado de vestuário no País, com produção anual acima de 1 bilhão de peças e faturamento perto de R$ 12 bilhões por ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Além da altura, outras medidas podem servir de apoio, caso do tamanho da cintura (para calças, bermudas e saias) e tórax (para blusas e camisetas). A padronização de medidas já vale em países como os EUA. Quem está acostumado a comprar jeans americano no Brasil sabe que na etiqueta o número corresponde à medida em centímetros da cintura da calça.

 

Existem confecções que procuram orientar o consumidor nessa questão, caso da PUC, que coloca uma etiqueta plástica específica nas roupas infantis, com uma tabela feminina e masculina, as idades e os referentes tamanhos em centímetros. Há uma outra especial para bebês.

 

Até 29 de setembro, fabricantes, lojistas, estilistas e até consumidores poderão opinar sobre a normatização no site da ABNT (www.abntnet.com.br/consultanacional/projetos.aspx?ID=101&Projeto=ABNT/CB-17), o que poderá resultar em mudanças. A projeção é que a padronização seja colocada em prática na próxima coleção, em janeiro de 2010.

 

MEIAS

 

A padronização no tamanho das roupas brasileiras é um assunto discutido há mais de 20 anos. Com a aprovação da numeração para meias, em 2007, o assunto ganhou força. Os fabricantes não são obrigados a aderir às normas, mas a Abravest calcula que as empresas responsáveis por cerca de 70% da produção nacional aprovam a medida, como Lupo, Puket, TriFil e Penalty. "Acredito que até o fim do ano meias com as novas medidas estarão nas lojas", diz Chadad.

 

E não deve parar por aí. No segundo semestre, o tamanho das roupas masculinas e femininas deve ser o assunto da vez. "A expectativa é colocar a numeração adulta em consulta pública até o fim do ano", avalia Maria Adelina, da ABNT.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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