Para reduzir custos e ampliar seus negócios, duas das maiores redes supermercadistas têm investido mais em ações para dinamizar as atividades -como aumentar a área de vendas e diminuir a área de apoio-, além de enxugar os contratos de infraestrutura de tecnologia da informação. Além disso, a rede norte-americana Wal-Mart acredita que intensificar o relacionamento com fornecedores para aprimorar o abastecimento das gôndolas é uma ação acertada. Sem falar em buscar outros nichos de mercado, algo primordial para Héctor Núñez, presidente da companhia no País, que afirmou, em entrevista ao DCI, estudar a entrada no mercado imobiliário - assim como fez o concorrente Grupo Pão de Açúcar, que lançou no mês passado a GPA Malls & Properties.
"Algumas regiões no mundo, como os Estados Unidos e o Chile, atuam nesta área. Agora no Brasil estamos verificando quais possibilidades o mercado oferece", disse Núñez. No Chile, por exemplo, onde a varejista iniciou as atividades neste ano, depois da compra de 58,2% do capital da cadeia local D&S em operação avaliada em US$ 2,66 bilhões.
De acordo com o presidente do Wal-Mart, o investimento maciço na expansão das bandeiras Maxxi Atacado e Todo Dia também é uma otimização dos custos, pois com R$ 50 milhões a rede abriu três lojas nestes formatos no Paraná, ontem, enquanto um hipermercado, como o último inaugurado em São Paulo, custou ao cofre da empresa R$ 71 milhões.
O executivo relata que o momento é de avançar com a abertura de lojas da bandeira Todo Dia fora do nordeste, que chegou agora ao Paraná e terá a expansão intensificada no Rio Grande do Sul, com mais três pontos-de-venda, e no Estado de São Paulo. "O sul representa uma porção importante para nosso negócio. E o Paraná detém mais de 10% das vendas da rede."
Questionado sobre o ritmo de expansão para este ano, o presidente do Wal-Mart diz que seis lojas foram abertas no primeiro semestre e que outras 84 estão em construção. O nordeste abocanhará cerca de 50% do R$ 1,6 bilhão programado para 2009.
Mudanças
Enquanto o Wal-Mart abria lojas no Paraná, o Pão de Açúcar anunciava o executivo da companhia Jorge Herzog como o escolhido para assumir a presidência do Ponto Frio, no lugar de Manoel Amorim. O presidente executivo do grupo, Cláudio Galeazzi, disse que a escolha de Herzog ocorreu por seu trabalho na reversão dos resultados negativos da rede de supermercados carioca Sendas, 42,57% de cujo capital foram comprados em 2004.
"Em quatro meses à frente da Sendas, ele conseguiu reverter os resultados da empresa", afirmou Galeazzi. O novo presidente do Ponto Frio também alavancou os resultados nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste, que vinham em tendência de queda, aumentando o tíquete médio das vendas.
Com a aquisição do Ponto Frio, o Pão de Açúcar prevê ganhar em torno de R$ 500 milhões, principalmente em negociações com os fornecedores. Nesta semana, a empresa anunciou a suspensão de alguns projetos na área de tecnologia da informação (TI) da varejista carioca de eletroeletrônicos e móveis para avaliar se não há incompatibilidade em relação aos projetos em andamento nas empresas.
Veículo: DCI