O Pão de Açúcar assumiu formalmente ontem o comando do Ponto Frio e nomeou Jorge Herzog como diretor-presidente da rede varejista de eletroeletrônicos. O executivo, que liderou a reestruturação da Distribuidora Sendas, no Rio de Janeiro, também comprada pelo Pão de Açúcar, terá como um dos primeiros desafios retomar o crescimento das vendas do Ponto Frio, após trimestres de queda.
O grupo do empresário Abílio Diniz anunciou há exatamente um mês a compra do Ponto Frio, em uma transação em dinheiro e ações que pode chegar a cerca de R$ 1,2 bilhão e que devolveu ao Pão de Açúcar a liderança no varejo brasileiro, com um faturamento previsto de R$ 26 bilhões. Os acionistas do Pão de Açúcar aprovaram em assembleia realizada anteontem a compra do Ponto Frio.
Manoel Amorim, que presidia o Ponto Frio e já comandou a Telefônica, optou por deixar a empresa, segundo Galeazzi, que disse ter oferecido ao executivo a permanência no comando da rede de eletroeletrônicos. O presidente do Pão de Açúcar espera ter em 45 a 60 dias um "diagnóstico completo" sobre o Ponto Frio e mantém a previsão de que o "turnaround" da empresa seja concluído no prazo de 8 a 12 meses. Segundo ele, as sinergias já anunciadas com o negócio -estimadas em R$ 500 milhões - são "bastante" conservadoras.
Outros três executivos do Grupo ficarão à frente da rede. Orivaldo Padilha ocupará o cargo de Diretor de Relações com Investidores e Financeiro. Marise Araújo, ex-diretora comercial de Eletros do Grupo Pão de Açúcar, também ocupará um dos cargos da diretoria e Antonio Machado Teixeira Filho, permanece na diretoria executiva, porém, ambos sem cargo definido.
Foi aprovado também que a executiva Maria Silvia Bastos Marques, ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), assumirá a presidência do Conselho de Administração da companhia. A executiva ocupará o lugar de Pedro Malan, que passa à vice-presidência. Abilio Diniz, Cláudio Galeazzi, Enéas Pestana, Francisco Gros e Marcel Sapir completam o conselho.
SINERGIA. Segundo o presidente do Grupo, a ideia é ter em até dois meses um plano de sinergia entre as duas empresas. "A sobreposição de lojas seria pouco significativa e não existe previsão de demissões na área administrativa. Entre os principais ganhos resultantes da operação, podemos destacar a grande capilaridade de lojas com localização privilegiada, expertise no comércio eletrônico, oferta de serviços financeiros ao consumidor e a integração logística", disse Galeazzi.
"Ao expandir nossa atuação na área de eletroeletrônicos, também vamos gerar oportunidades aos profissionais das duas empresas, reconhecidos pela sua qualificação e experiência, e que serão fundamentais ao sucesso e ampliação do negócio. Somos comprometidos com o Brasil e com os brasileiros. Nossa expansão significa também ampliar as oportunidades aos talentos das duas empresas que passam a formar um único Grupo, com capacidade para gerar ainda mais empregos em todo o País", destacou Abilio Diniz.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ