Embalagens ''verdes'' chegam ao mercado

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Empresas de alimentos investem no plástico biodegradável

 

A tendência do uso de embalagens de plástico biodegradável ou de matéria-prima renovável já chegou à indústria de alimentos no Brasil.
De olho no consumidor atento a questões de saúde e sustentabilidade, grandes indústrias estão introduzindo embalagens com menor impacto ambiental em linhas de produtos voltadas a esses nichos de mercado.

 

A Bimbo, indústria de pães com sede no México e que no Brasil é dona das marcas Pullman, Nutrella e Plus Vita, entre outras, acaba de lançar no mercado brasileiro uma linha de pães, a Vitta Natural, com embalagens de plástico oxibiodegradável, que se decompõe em cerca de três a cinco anos, um tempo bem menor do que o plástico convencional.

 

"Fizemos o lançamento em uma linha de produtos premium, com grande apelo nutricional, que levam ingredientes orgânicos e integrais. Mas o objetivo é estender, de forma paulatina, para todas as linhas", diz Claudio Natale, gerente de qualidade e meio ambiente da Bimbo do Brasil. "Estamos estudando como fazer essa substituição", diz.

 

A Bunge Alimentos também já está trazendo sua margarina da marca Cyclus em uma embalagem biodegradável, feita de um polímero renovável, cuja base é a fermentação do amido de milho. O pote de margarina pode ser descartado no lixo orgânico e, exposto às condições ideais de calor, umidade e ação de bactérias, pode virar composto orgânico em cerca de 200 dias. "Foram dois anos de pesquisa e desenvolvimento da embalagem, que incluiu ainda a busca de fornecedores dentro e fora do País" afirma Rosa Nascimbeni, gerente de marketing de consumo da Bunge Alimentos. A nova embalagem foi submetida a testes na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), ligado ao governo paulista.

 

A empresa detentora da tecnologia é a americana Cereplast, que produz o polímero do amido de milho. A produção dos potes está a cargo do consórcio de empresas formado pela Poly-vac, Emplal e Fibrasa. "Há uma tendência clara da indústria de alimentos, cosméticos e de itens descartáveis de buscarem resinas biodegradáveis", afirma Antonio Marcucci, diretor da Poly-vac.

 

OPORTUNIDADE

 

De todo plástico produzido no mundo - cerca de 230 milhões toneladas/ano -, apenas cerca de 0,5% é biodegradável, segundo Sylvio Ortega, presidente da PHB Industrial, empresa brasileira que desenvolveu um polímero de cana-de-açúcar 100% biodegradável. A unidade piloto da PHB Industrial, em Serrana (SP), tem capacidade para produzir 50 toneladas/ano do biopolímero, mas o plano da empresa é, dentro de três anos, ampliar a produção para 230 mil toneladas. "A demanda cresce nos países acima do Equador, especialmente entre os europeus, que precisam reduzir o volume de resíduos urbanos em 25% até 2030", diz Ortega.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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