Criada em dezembro como Companhia Brasileira de Bebidas (CBB), a holding da família Tavares de Melo já mudou de nome para retratar os novos planos dos quatro irmãos pernambucanos: Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (Ebba). O objetivo é que a companhia englobe diversas marcas de alimentos e bebidas. "De tédio, eu tenho certeza que a gente não vai morrer", brinca Romildo Tavares de Melo, um dos sócios.
Depois de se desfazer de empresas nos setores sucroalcooleiro e calçadista, a família decidiu investir em novos negócios. O pontapé inicial foi dado em fevereiro, com a aquisição de parte da Dafruta que já pertencia a um dos irmãos, Sílvio. Em março, a Ebba comprou a Maguary da Kraft, retomando o controle de uma empresa que pertenceu aos Tavares de Melo até 1984. Com isso, alcançou a primeira colocação do mercado em sucos concentrados e a segunda em prontos.
Agora, além de sucos, o plano é acrescentar ao portfólio da Ebba tudo aquilo que serve à nutrição humana. Isso, porém, só se dará depois que Maguary e Dafruta estiverem totalmente integradas, um processo que ainda levará alguns meses. Por enquanto, apenas o setor comercial e o administrativo estão integrados.
A primeira etapa, segundo Romildo, é definir o quanto a Ebba poderá avançar com as marcas Dafruta e Maguary. Para isso, foi contratada a consultoria GfK, que também vai avaliar a percepção dos consumidores em relação a elas. Ambas têm praticamente o mesmo portfólio, com sucos concentrados e prontos. Nem nos sabores há diferenças significativas. Por isso, precisam passar por um reposicionamento, que será divulgado em campanhas de marketing. "O cuidado que precisamos ter é de não juntar duas empresas e ficar com uma e meia. Queremos que o resultado final seja três", afirma José Gil Alvarez, diretor comercial da Ebba.
Além da coincidência de produtos, Dafruta e Maguary são vizinhas. As duas marcas têm fábricas em Aracati (CE) e em Araguari (MG). Mas isso não é mera coincidência. Quando os Tavares de Melo venderam a Maguary, Sílvio, um dos irmãos, decidiu abrir outra fábrica de suco, a Dafruta. Como já conhecia bem os municípios onde a família tinha negócios, resolveu se instalar bem ao lado.
Após arrumar a casa (e talvez derrubar alguns muros), a Ebba partirá para novos negócios. Uma eventual área é a de sorvete de frutas, alimento que a Maguary já teve no passado e que tinha boa aceitação no Nordeste, por exemplo.
Neste ano, mesmo em meio à integração das operações, a expectativa da Ebba é conseguir um aumento de 41% nas vendas da Dafruta e de 23% na Maguary. Juntas, as empresas podem fazer 120 milhões de litros de suco concentrado e 70 milhões de suco pronto. (CM)
Veículo: Valor Econômico