Depois do sucesso dos iogurtes, é a vez dos chocolates deixarem o açúcar de lado para se tornarem saudáveis e funcionais. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), mostra que enquanto o crescimento esperado para o setor é de 4%, o mercado de funcionais projeta índices entre 12% e 14% este ano. O sucesso do segmento está relacionado à mudança de hábitos dos consumidores, mais preocupados com doenças de obesidade e hipertensão.
Para a Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais (SBAF), as vendas da categoria registraram aumento de 20% ao longo de 2008. Apesar de o mercado brasileiro estar em expansão, o faturamento dos funcionais ainda se concentra na Europa, Japão e Estados Unidos, onde as vendas crescem cerca de 40% ao ano.
Nas gôndolas dos supermercados e de lojas especializadas, há espaços específicos destacando produtos funcionais. Os doces são os preferidos dos consumidores. Entre as guloseimas com o perfil estão chocolates com alta concentração de flavonóides, as mesmas propriedades do vinho tinto, que previnem contra doenças cardiovasculares. As barras são adoçadas com uma substância chamada xilitol, um adoçante natural que pode ser encontrado em frutas, plantas e vegetais.
De acordo com a nutricionista da Casa Santa Luzia, Ana Fanelli, a procura por esses doces tem aumentado fortemente nos últimos anos. "Antigamente, as pessoas com restrição alimentar tinham dificuldade em encontrar um chocolate saudável. Agora, são várias opções". Só no empório da Alameda Lorena, em São Paulo, existem cerca de 20 itens importados e nacionais.
Há novidades para todos os tipos de gosto: com alta concentração de cacau, sem leite, sem açúcar, sem gordura trans. Tudo muito light e saudável. Ana diz que o preço de uma barra funcional de 30 gramas custa, em média, R$ 6. "É o mesmo valor de 100 gramas do chocolate normal. Mas o consumidor entende que a saúde vem em primeiro lugar."
Uma das marcas em destaque nas prateleiras é a Chocolife, com 30% menos calorias que outros chocolates dietéticos. O produto contem 50% de cacau, é totalmente orgânico e rico em antioxidantes naturais, responsáveis pela saúde cardiovascular e pela redução da pressão arterial. "Além disso, não tem leite, açúcar e gordura. E o sabor é agradável. É uma questão de costume".
As grandes indústrias alimentícias também estão entrando no mercado. A Nestle, por exemplo, lançou o chocolate Classic Zero. Em formato de tablete com 22 gramas, o produto não contem açúcares ou lactose e conta com 50% de cacau em sua fórmula. Com apenas 94 calorias, o equivalente a uma barra de cereais ou um copo de iogurte natural, representa 5% dos valores diários recomendados para a dieta de um adulto. Outro produto da marca é o chocolate com soja Sollys, sem lactose e sem colesterol na composição.
Já a Barion, fabricante do Paraná, uniu os benefícios do vinho com o do chocolate, na linha de produtos finos Wine, com três diferentes teores de cacau: leve (33%), moderado (57%) e intenso (70%). Uvas da região do Douro, Borgonha e Malbec satisfazem os paladares mais exigentes e fazem bem à saúde.
Veículo: Diário do Comércio - SP