O governo do Estado de São Paulo deverá lançar em setembro a subvenção do seguro contra as pragas de cancro cítrico e greening (doenças que atacam a laranja), destinada aos citricultores paulistas. O Estado representa mais de 80% do parque citrícola nacional. O subsídio prevê uma indenização da ordem de R$ 25 por cada planta contaminada pelo cancro, além de destinar o mesmo valor a todas as árvores que estiverem dentro de um raio de 30 metros da planta infectada. No caso das árvores afetadas pelo greening, a assessoria técnica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (Seagri) estuda um pagamento que deve variar entre R$ 4 a R$ 4,50 por árvore contaminada. O seguro será feito pela Porto Seguro e será o primeiro a cobrir doenças na lavoura.
A subvenção será destinada a propriedades com até 130 mil árvores, mas irá assegurar apenas de 2 mil a 3 mil plantas. O número exato ainda está sendo avaliado. "O limite de subvenção será de R$ 24 mil por produtor", disse Luis Gustavo de Souza Ferreira, assessor técnico da Seagri.
O seguro será o desfecho de uma série de medidas que vêm sendo tomadas para o controle das doenças nas lavouras de laranja como a fiscalização e a multa nos pomares que não fizerem o tratamento adequado. No entanto, o problema parece estar longe de acabar. Segundo Marco Antonio dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga e coordenador da mesa diretora de citricultura da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), o setor produtivo já espera uma quebra de safra em torno de 15% esse ano. "A batalha contra o greening é uma batalha que já está perdida. Nós não vamos conseguir acabar com esse problema. Podemos no máximo controlá-lo", afirmou.
De acordo com Margarete Boteon, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a demanda no mercado de laranja de mesa brasileiro esteve mais fraca na semana passada devido ao clima chuvoso em parte do Estado. "No segmento industrial, algumas fábricas interromperam as compras no portão nos últimos dias", observou.
Para Santos, 2009 é um ano de grande dificuldade para os citricultores. Apesar da indústria alegar que já está com mais de 95% dos contratos fechados para a safra vigente, os produtores comercializaram apenas metade da safra e estão perdendo frutas no campo. "Se não houver questões climáticas ou nada que possa reverter o cenário de preços no nosso segmento a crise avançará no próximo ano ", prevê o coordenador de citrus da Faesp.
Preço
A média mensal dos preços da laranja, pelo Indicador Cepea/Esalq, está em queda desde de outubro de 2008. De lá para cá, a cotação da fruta no mercado interno recuou de R$ 9,57 a caixa para R$ 3,68 no mês de junho. O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), divulgado ontem pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), mostra que em julho a tendência de queda se mostra ainda mais acentuada. Na segunda quadrissemana do mês, a laranja de mesa teve a redução mais expressiva nos preços pagos ao produtor: 21,05%, enquanto o decréscimo para os produtos de origem vegetal foi de 3,93%. De acordo com técnicos do IEA, contribui para a queda das cotações da laranja o "efeito-safra", associado ao tradicional menor consumo de sucos caseiros nos meses de inverno e também à parte da laranja para indústria destinada ao consumidor, devido aos baixos preços das processadoras.
A cotação para a laranja posta na indústria paulista, de R$ 3,68 a caixa no último mês dejunho, é menos da metade do preço do produto em igual período de 2008 quando era negociado a R$ 9,72 a caixa, em média.
Para amenizar a dificuldade na comercialização e a consequente depreciação dos preços, os produtores estão se articulando para que o produto seja incluído na Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) do governo federal. Na última semana a medida foi aprovada por unanimidade pelos deputados que compõem a Comissão Especial da Crise da Agricultura e o pedido será entregue ao ministro Reinhold Stephanes.
O governo do Estado de São Paulo deverá lançar no próximo mês de setembro a subvenção do seguro contra as pragas de cancro cítrico e greening (doenças que atacam a laranja), destinada aos citricultores paulistas. O Estado representa mais de 80% do parque citrícola nacional. O subsídio prevê uma indenização da ordem de R$ 25 por planta contaminada pelo cancro, além de destinar o mesmo valor a todas as árvores que estiverem dentro de um raio de 30 metros da planta infectada. No caso das árvores afetadas pelo greening, a assessoria técnica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (Seagri) está estudando um pagamento que deve variar entre R$ 4 a R$ 4,50 por árvore contaminada. O seguro será feito pela Porto Seguro e será o primeiro a cobrir doenças na lavoura.
Veículo: DCI