As férias chegaram e com elas a vontade de viajar, passear ou simplesmente aproveitar o período para ir às compras. Se for esta a opção, o consumidor que estava esperando para comprar aquela TV de alta definição, renovar seu computador de trabalho, trocar o celular velhinho por um smartphone, tem boas opções no varejo neste mês. O comércio está com muitas promoções de equipamentos de informática, eletroeletrônicos e telefonia, que lotam as vitrines das lojas e dos sites de e-commerce.
Os produtos, mesmo lançamentos recentes, estão com bons descontos ou com condições facilitadas para compras a prazo. E já nem vale mais aquela máxima de que na internet os produtos estão mais baratos do que no varejo presencial. Na guerra para segurar o cliente, algumas lojas do mesmo grupo até competem com o ponto virtual, oferecendo 5% ou 10% de descontos sobre o valor encontrado no site. Se as compras forem feitas apenas na internet, essa pesquisa é menos penosa e é mais rápida, pois existem sites especializados em comparação de preços e bem confiáveis. Entre eles o Buscapé, Bondfaro, JaCotei, Zura e Twenga.
Os varejistas querem aproveitar o momento de otimismo do consumidor com a recuperação da economia. Basta lembrar que o Índice Nacional de Confiança, medido pela Instituto Ipsos e Associação Comercial de São Paulo, bateu 123 pontos em junho, 3 a mais do que maio. Há também uma nova disposição das pessoas em voltarem a gastar, mas sempre procurando preços mais baixos.
Uma pesquisa da e-Bit, em parceria com o Programa de Administração de Varejo (Provar), da USP, e a Felisoni Consultores Associados, ouviu 5.300 internautas do Estado de São Paulo sobre sua intenção de compra de julho a setembro. O resultado surpreendeu positivamente o setor, avalia o diretor-geral da e-Bit, Pedro Guasti, cuja empresa é especializada em prestar consultoria nessa área.
Ao analisar somente os segmentos de interesse dos leitores deste suplemento – informática, celulares/telefonia e eletroeletrônicos de consumo – Guasti lembra que a intenção de compra dos internautas para o terceiro trimestre do ano praticamente empata com o mesmo período (julho/setembro) de 2008. Assim, 29,1% das pessoas demonstram interesse em comprar computadores agora, enquanto no ano passado esse índice era de 29,3%.
O mesmo ocorre com o grupo de celulares e outros aparelhos de telefonia (fixos e centrais de PABX) e com os eletroeletrônicos, cujos índices de intenção de compra estão em torno de 20% para o primeiro grupo e de 30% para ao segundo, em ambos os trimestres. Isso é ótimo, não só para o e-commerce, mas também para o lojista tradicional, porque 15% dos brasileiros dizem consultar a internet antes de comprar em estabelecimentos de rua ou shoppings, de acordo com levantamento recente feito pela F/Nazca com apoio do Datafolha.
"O financiamento junto aos bancos está voltando ao normal depois de alguns meses parado. Portanto, o comércio tem melhores condições para o cliente, com maior número de prestações, assim ele gira estoques e faz caixa", avalia o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo.
No caso dos celulares, o que se vê é um grande movimento das redes de lojas e sites para desovarem estoques de aparelhos tanto de baixo custo como os smartphones.
Veículo: Diário do Comércio - SP