O juiz Nemércio Rodrigues Marques, da 3ª Vara Cível de Sertãozinho (SP), homologou o plano de recuperação da rede de supermercados Gimenes, aprovado pelos credores no mês passado. Com a decisão, tomada na quarta-feira à noite, as 22 lojas do Gimenes, que fechou as portas em fevereiro, passarão para as mãos do Carrefour e Associação Ricoy, por R$ 60 milhões. A proposta prevê que o grupo francês ficará com 10 unidades e a Ricoy com as outras 12.
Para aprovar o plano, os credores aceitaram um deságio de mais da metade da dívida total do Gimenes - que chegou a ser a segunda maior cadeia de supermercados do interior de São Paulo - estimada em R$ 170 milhões. Pelo acordo, os débitos de até R$ 10 mil serão pagos integralmente. Na lista dos credores financeiros da rede estão bancos como HSBC, Citigroup, Safra, BicBanco, Real, Bradesco, Itaú e Banco Ribeirão Preto, além da financeira Cetelem, do BNP Paribas.
O acordo homologado pela Justiça de Sertãozinho prevê ainda que Carrefour e Ricoy recontratem 80% dos 2 mil funcionários do Gimenes. Fontes que acompanharam o processo relatam que as assembleias foram marcadas por uma grande presença de pequenos credores, interessados não apenas no recebimento das dívidas como no impacto que o fechamento definitivo das unidades do Gimenes traria à economia da região.
O pedido de recuperação judicial do Gimenes foi feito em dezembro do ano passado. O controle da rede havia sido adquirido em 2006 pelo fundo de private equity (que compra participações em empresas) Governança & Gestão (GG), do ex-ministro Antonio Kandir, que encontrou dificuldades em rolar as dívidas do supermercado em consequência da restrição de crédito provocada pela crise.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ