Depois das últimas semanas de alta nos preços do leite, alguns mercados já têm o longa vida a R$ 1,89 --valor cerca de 20% menor que na semana passada. Para o vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Martinho Paiva Moreira, a previsão é de mais quedas.
De acordo com ele, alguns mercados ainda vendem o leite por até R$ 2,24, mas a tendência é que o preço diminua nos próximos meses. "Até setembro, a previsão é que o leite continue na casa dos R$ 2. Mas entre outubro e novembro, deve custar R$1,80", comenta Moreira.
Os consumidores, no entanto, ainda não perceberam uma redução muito grande nas gôndolas dos supermercados. Para a dona de casa Carmen Silva, 80 anos, "os mercados só baixaram alguns centavos, por enquanto". Quanto ao consumo, a dona de casa disse não ter diminuído, por se tratar de um item de primeira necessidade.
Em pesquisa realizada ontem pela reportagem, o leite integral longa vida custa, em média, R$ 2,30 --variando de R$1,89 (marca Jussara) a R$ 2,68 (Batavo ou Parmalat).
Segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), medido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o preço do longa vida teve alta de 7,59% nas últimas quatro semanas. A pesquisa ainda não registrou a queda.
Para os produtores, entretanto, apesar do aumento no preço para o consumidor, o faturamento de janeiro a julho deste ano foi menor do que o do mesmo período do ano passado.
Isso é o que diz Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Leite). Sua previsão é a de que haja aumento no valor do litro comprado dos produtores, mas sem que isso eleve o preço para o consumidor nos supermercados.
"A tendência é que o preço só caia agora, até porque já chegou ao limite. Não dá mais para subir. Houve um aumento maior do que o necessário, beneficiando apenas o segmento industrial e os supermercados."
Veículo: Agora S.Paulo