Uma nova queda é esperada para o final de agosto, quando começa a safra em Goiás e Minas GeraisNem tão baixo que provoque a euforia do consumidor nem tão alto que entusiasme o produtor. Assim está a gangorra do preço do leite no Estado.
Embora tenha recuado, em média, 10% nas últimas três semanas, segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o produto registra alta no acumulado do ano. O longa vida, por exemplo, subiu 38,33% na Região Metropolitana de Porto Alegre conforme a Fundação Getulio Vargas.
E a expectativa é de que se mantenha nos patamares atuais, avalia Antônio Longo, presidente da Agas. Uma queda maior, prevê, pode ocorrer no final de agosto, quando começa a safra em Goiás e Minas Gerais, tradicionais regiões produtoras.
Para a presidente do Movimento das Donas de Casa de Porto Alegre, Edy Mussoi, a diminuição dos preços nas gôndolas ainda é insignificante.
– O leite subiu mais de 30% (no ano), a redução agora não chega a 2% – diz Edy, que sugere driblar os altos preços optando pelo tipo B.
Neste ano, o cenário leiteiro está atípico, avalia o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado, Darlan Palharini. A produção gaúcha caiu – de 205 milhões de litros em junho de 2008 para 182 milhões de litros em junho de 2009 – e as exportações despencaram. Soma-se a isso o fato de um inverno rigoroso ter emendado a estiagem, o que atrapalhou o plantio das pastagens.
Em defesa do setor produtivo, Amauri Miotto, diretor tesoureiro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado, não quer saber de redução de preço ao produtor, pelo menos nos próximos dois meses. Admite, contudo, que as margens de reajuste repassadas ao consumidor também não chegaram ao campo. O preçol médio do litro de leite pago ao produtor é de R$ 0,64, segundo dados mais recentes da Emater.
Veículo: Zero Hora - RS