Dois meses de aquisição já se passaram e a Excelsior continua a mesma. Pelo menos por hora a Sadia não cogita a incorporação da companhia, enquanto isso o Conselho Administrativo ganha cara nova. José Augusto Lima de Sá, agora além de diretor internacional da Sadia, vai assumir a presidência do Conselho da Excelsior. Ele foi eleito em Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária nesta segunda-feira na sede da empresa em Santa Cruz do Sul (RS).
"A idéia é capitalizar a Excelsior e não incorporar. Uma empresa com mais de cem anos no mercado está muito bem consolidada para andar com suas próprias pernas", sacramenta José Augusto depois da posse. A direção da empresa ficou nas mãos do empresário do setor de alimentos Antônio Zambelli.
O capital social da Excelsior também já não é mais o mesmo. Os antigos R$ 4 milhões saltaram para R$ 14 milhões, com emissão de novas ações ordinárias e preferenciais, respeitando as proporções de classe existentes. As ações participam em igualdade de condições de todos os benefícios, inclusive a dividendos e eventuais remunerações de capital que vierem a ser distribuídos pela companhia.
O processo de compra e venda da Excelsior pela Sadia começou a se desenrolar em janeiro deste ano com a promessa de aquisição de ações com a Baumhardt Comércio e Participações Ltda., controladora da companhia. O martelo foi batido a pouco mais de dois meses depois de concretizado o processo de due dilligence. A transação custou R$ 5,4 milhões à Sadia, que ainda desembolsou outro R$ 1,2 milhão para adquirir ações ordinárias em poder de outros acionistas.
A Excelsior atua na industrialização e comercialização de presuntos, fiambres, mortadelas, salsichas, lingüiças e pastas, a partir de carnes suína, bovina e de aves desde 1893. E, segundo o novo presidente do Conselho, essa gama de produtos pode e deve aumentar. O que não muda, ainda de acordo com ele, é a "personalidade gaúcha da empresa", nem o nome.
Veículo: Gazeta Mercantil