A Panasonic anunciou ontem um prejuízo menor que o esperado de 53 bilhões de ienes (US$ 556 milhões) no primeiro trimestre fiscal, contribuindo para as evidências de que os fabricantes japoneses de produtos eletrônicos estão se ajustando à recessão mais rapidamente do que se pensava.
O grupo, que será o maior fabricante de produtos eletrônicos do Japão depois de concluída sua planejada aquisição da Sanyo Electric, seu concorrente doméstico de menor porte, reduziu as estimativas de prejuízos para os primeiros seis meses fiscais, que se encerram em setembro, pela metade, para 100 bilhões de ienes. Mas manteve a projeção de perda para o exercício todo (que termina em março) em 195 bilhões de ienes.
Os resultados são anunciados depois que a Sony, a Fujitsu, a Sharp e a Sanyo anunciaram números melhores que os esperados na semana passada. A maior parte dos fabricantes japoneses de produtos eletrônicos deverá ter prejuízo este ano, uma vez que a recessão está afetando a demanda por todo tipo de aparelho, de televisores a consoles de videogames e refrigeradores.
A Panasonic disse que a demanda começa a melhorar, em parte graças aos gastos que estão sendo estimulados pelo governo. Entretanto, repetindo comentário já feitos por executivos da Sony, a Panosonic alertou que é muito cedo para julgar se uma recuperação sustentada está a caminho.
A Panasonic disse que em outubro vai rever suas previsões para o todo o ano fiscal. É quando ela acredita que as condições estarão mais bem definidas. O grupo está fechando 27 fábricas e eliminando 15 mil empregos, para reduzir despesas. Os cortes de custos permitiram uma economia de 102 bilhões de ienes no trimestre, cerca de duas vezes mais que o anteriormente estipulado.
A Panasonic anunciou um prejuízo de 53 bilhões de ienes para os três meses encerrados em junho, comparado a um lucro líquido de 73 bilhões de ienes no mesmo período do ano passado. Todavia, as perdas foram cerca de um terço menores que a previsão média dos analistas consultados pela Bloomberg. As vendas caíram 26%, para 1,6 trilhão de ienes. Parte da queda se deveu à valorização do iene.
As perdas no nível operacional, que excluem as despesas de reestruturação, foram de 20,2 bilhões de ienes, comparado à expectativa média dos analistas de 55 bilhões de ienes. As vendas das TVs de tela plana da marca Panasonic e outros equipamentos audiovisuais caíram 23% no trimestre. A queda dos preços das TVs de tela plana agravou o impacto da queda das vendas unitárias. As vendas domésticas totais caíram 18%, segundo a Panasonic. Isso se compara a uma contração de 33% das vendas fora do Japão, após ajuste ao iene valorizado. (Tradução de Mario Zamariam)
Veículo - Valor Econômico