O dono da empresa brasileira IlhaService, Alcides De Brida, que começou suas atividades no Brasil nos anos 90 com uma pequena empresa de manutenção de equipamentos de informática, dará este mês o passo mais ousado da história de sua companhia: pretende invadir os lares brasileiros com computadores próprios da marca Pégasus, por meio de uma parceria com a loja virtual da rede Magazine Luiza.
O executivo segue os passos das grandes fabricantes de computadores do País, como Dell, Lenovo e a brasileira Positivo, que apostam no setor varejista como um grande canal para chegar ao consumidor final. Ele conta que também está em negociação com outros gigantes como Wal-Mart, Ponto Frio, Extra e Baú, e pretende aumentar seu faturamento para cerca de R$ 30 milhões, neste ano, com o ingresso no setor varejista.
Até o mês passado a empresa só vendia para os mercados corporativo e público. De acordo com Brida, a experiência adquirida pela companhia nestes dois segmentos começou desde o início da trajetória da empresa, em 1990, quando ele prestava apenas serviços de manutenção de computadores.
Brida conta que, ao longo dos anos, a abertura do mercado de computadores, na década de 90, passou a criar uma demanda de pequenas empresas que revendessem máquinas e acessórios de informática, fazendo com que a IlhaService fechasse, em 1996, uma parceria com a gigante Itautec, para revender seus computadores. "A parceria durou quatro anos. E foi justamente quando eu aprendi a trabalhar com o mercado de computadores", revelou o executivo.
Em 2001, a empresa passou ainda a trabalhar em busca da certificação de qualidade, ao mesmo tempo em que passou a negociar também com seus clientes por meio do modelo de integração. "Montávamos um baixo volume de computadores, de forma caseira. Fomos nos especializando em governo, principalmente depois que tiramos a certificação de qualidade dos nossos produtos. Foi então que nossas vendas começaram a aumentar", argumentou.
Depois de aproximadamente quatro anos, em 2005, a IlhaService passou a fabricar computadores profissionalmente e, hoje, já como empresa madura, tem capacidade para produzir cerca de 25 mil unidades por mês.
Apesar do sucesso com as vendas de PCs, as quais representam 80% do faturamento da empresa, a companhia não abandonou sua origem de prestação de serviços. Alcides explica que, além de fabricar e vender computadores, sua empresa ainda presta serviços de manutenção, help desk, locação de mão-de-obra, além de outsourcing de tecnologia da informação (TI)."Hoje atendemos muito forte a área de serviços. Uma fatia de 20% do nosso faturamento é proveniente de prestação de serviços. O resto é gerado por vendas de computadores", diz.
Segundo Alcides, cerca de 80% dos negócios da empresa são gerados pelo mercado público (governo) e o restante pelo mercado corporativo. A expectativa é de que, até o final do ano, 60% dos negócios fiquem com consumidor final (varejo) e corporativo, e 40% para governo.
A IlhaService tem, hoje, um representante em São Paulo, que gerencia as regiões Norte, Nordeste e Sul (inclusive nas negociações com redes de varejo), além de uma filial em Curitiba (PR), para atender a parte de prestação de serviços e produtos para o governo. Além disso, disponibiliza equipes técnicas para prestação de serviços em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em Brasília e Minas Gerais, a empresa mantém contratos com representantes que prestam serviços para o governo e mercado corporativo.
Fábrica
Para suportar a demanda, que deve aumentar mais intensamente a partir do ano que vem, a companhia também está investindo em uma nova unidade fabril com 4 mil metros quadrados, que deve começar a operar no primeiro semestre de 2010, com capacidade para produzir até 50 mil computadores por mês (entre notebooks e desktops) - o dobro do que a atual fábrica fabrica hoje.
"Inicialmente nossa demanda vai ser guiada pela loja virtual do Magazine Luiza. Quando aumentarmos nossa capacidade de produção com a nova planta fabril [em 2010] negociaremos nossa entrada nas lojas físicas", explicou o empresário.
Em setembro deste ano, a fabricante inicia também a produção de sua própria linha de notebooks Pegasus, que são a grande aposta da companhia.
De acordo com Alcides, já existem negociações em andamento com as maiores operadoras móveis do País, para disponibilizar os notebooks já com a placa de acesso móvel de dados de terceira Geração (3G).
"Ainda não há nenhuma negociação fechada, estamos negociando e estudando a possibilidade", explicou o executivo.
Veículo - DCI