A Marisa, considerada uma das umas das maiores varejistas de vestuário (feminino, masculino e infantil) do Brasil, e com os negócios voltados principalmente para o público da classe C, comemora uma melhora nos resultados deste primeiro semestre: o lucro líquido foi 98% maior do que o mesmo período do ano passado, e somou R$ 33,6 milhões.
Para alcançar esse número, a empresa adotou uma série de medidas que deram resultado, como gerenciamento de estoque, regionalização de preços e ampla negociação com fornecedores.
De acordo com o presidente da rede, Marcio Goldfarb, filho do fundador da Marisa, Bernardo Goldfarb, e principal acionista, não há mais problemas de estoque. "No primeiro trimestre nos resguardamos bastante e erramos por ser muito seguros, mas agora os estoques estão indo bem e também tivemos maior margem bruta do varejo, que subiu 4 pontos percentuais".
O presidente da rede explica que estão trabalhando a relação com fornecedores para ajudá-los a negociar matéria-prima, como tecidos e outros produtos. Das vendas da rede, 88% são da marca Marisa e o restante de outras marcas, mas toda a produção é terceirizada.
Outra medida sendo levada em conta é a da adequação de produtos e preços a cada região do País. "No mês de junho, por exemplo, que é um mês bom por ter Dia dos Namorados e São João, trabalhamos com duas coleções diferentes, uma para o Sul e Sudeste e outra para Norte e Nordeste", explica o presidente da rede.
Com tudo isso, a rede afirma ter conseguido oferecer preços mais baixos sem ter perdas nas margens. Para o resto do ano, foi revista para cima até a expansão da rede, que deve abrir três lojas a mais que o previsto, totalizando 9 lojas abertas em 2009 e um investimento de R$ 26 milhões. Hoje, a rede conta com 221 unidades.
Goldfarb, que afirma que a Marisa ainda deve continuar nas mãos da família, permanecendo como acionista principal, revelou ainda que optaram por uma estratégia de reduzir as vendas por meio de cartão de crédito, que antes representavam cerca de 60% do total das vendas realizadas e, agora, representa 51,4% do total, dependendo menos dessa forma de pagamento e tendo mais cuidado com a oferta de crédito .
Investimentos
A rede também está investindo em gestão comercial e tecnologia, com a instalação de sistemas chamados SAP Retail, de gestão mercantil, e SAP MAP (merchandising assortment planning), que prometem trazer maior economia e eficiência na operação da rede. "Sempre investimos visando melhoras da margem e análise melhor das compras", ressalta.
O bom desempenho do semestre, que ainda registrou receita líquida de mercadorias e serviços de R$ 620,4 milhões, um crescimento de 2,2% sobre o primeiro semestre de 2008, também permitiu que a rede revisse sua meta de expansão, devendo abrir três lojas a mais que o previsto até o final do ano. Goldfarb explica que a abertura de lojas acontece em cidades com mais de 120 mil habitantes, reforçando praças onde já estão e visando também a redução de custos, em locais onde tenham share e já possuem rede de distribuição. Este ano, já foram inauguradas cinco novas lojas, em cidades como Manaus (AM), e outras na Grande São Paulo, como Guarulhos e Diadema.
Veículo - DCI