A juíza Simone Laurent de Figueiredo, da 17ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho de Manaus, voltou a determinar o bloqueio de aproximadamente R$ 10 milhões nas contas bancárias da Danone do Brasil para pagamento em honorários advocatícios que, na verdade, estão sendo cobrados da Cooperativa Vale do Rio Doce, que, segundo o autor da ação, pertenceria ao grupo Parmalat.
Segundo a diretora jurídica da Danone, Priscila Cruz, o bloqueio pode ser feito em todos os bancos com os quais a empresa mantém relação no País. Até o momento, de acordo com ela, a companhia já teve bloqueados aproximadamente R$ 13 milhões. O despacho da juíza ocorreu na última sexta-feira.
Em abril, a mesma juíza determinou bloqueio no mesmo valor das contas da Danone, pois entendeu que a empresa pertencia ao mesmo grupo econômico da Parmalat do Brasil. O processo tem origem na perda da Zircônia Participações, empresa que fazia parte do grupo Parmalat antes da aquisição pela Laep Investments, de ação de responsabilidade civil por rescisão contratual para a Dispal Indústria Santos de Produtos Alimentícios, assessorada pelo advogado André Luiz Guedes.
A Danone nega viemente qualquer tipo de relação societária com a Parmalat e reitera, portanto, que não é responsável pelo pagamento.
A Laep Investments, por sua vez, afirma que a Lei de Recuperação Judicial protege a atual controladora da Parmalat de passivos de empresas que faziam parte do grupo antes da aquisição, em 2006. Diante dos argumentos, o Tribunal de Justiça do Amazonas concedeu liminar suspendendo a decisão de primeira instância, dias após o primeiro bloqueio das contas bancárias. O advogado André Luiz Guedes, então, entrou com uma petição solicitando uma nova ordem de bloqueio contra a Cooperativa Vale do Rio Doce, sob a justificativa de que a cooperativa também era parte do grupo Parmalat, assim como a Zircônia Participações. Na última sexta-feira, no entanto, a juíza determinou novo bloqueio no valor de R$ 9,936 milhões das empresas citadas na decisão anterior, incluindo, portanto, a Danone do Brasil.
De acordo com a diretora jurídica da Danone, a empresa encaminhou ontem uma petição ao Tribunal de Justiça do Amazonas pedindo a suspensão da medida, sob o argumento de que a determinação da juíza está em desacordo com o despacho do desembargador Domingos Jorge Chalub, do TJ do Amazonas, que favoreceu a Danone em resposta a agravo de instrumento apresentado na ocasião.
Veículo - DCI