Lucro da Souza Cruz cresce 65%, apesar do IPI

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Mesmo com a elevação do imposto cobrado sobre o cigarro, a Souza Cruz registrou aumento de 65% em seu lucro líquido no primeiro semestre do ano. A maior fabricante de cigarros do País atingiu lucro de R$ 922 milhões nos seis primeiros meses de 2009, contra lucro de R$ 557 milhões em igual período do ano anterior. O lucro líquido por ação ficou em R$ 3,02 no período, ante R$ 1,82 apurado nos seis primeiros meses de 2008.

 

No final de março, o Governo Federal anunciou aumento de 23,5% da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a partir de março, e de 72,5% do PIS/COFINS dos cigarros, a partir de julho. A sobretaxação foi repassada aos consumidores e o produto encareceu quase 30% no período.

 

De acordo com a Souza Cruz a medida foi uma das principais causas para o resultado melhor da companhia, que, no entanto, ressaltou que o impacto negativo da carga tributária elevada só será detectado com mais clareza ao final do ano. A companhia reforçou que a medida irá favorecer o comércio ilegal de fumo no País.

 

"Os resultados obtidos no semestre não devem ser considerados como um indicativo para o resultado do exercício a findar em 31 de dezembro de 2009, pois ainda não refletem, em sua plenitude, o impacto dos aumentos do IPI e do PIS/Cofins Esse aumento da carga tributária sobre os cigarros elevará ainda mais a atratividade do comércio ilegal no Brasil e poderá também impactar o volume de vendas da companhia", afirma a Souza Cruz em seu balanço.

 

Além da receita decorrente da elevação dos impostos dos cigarros, a Souza Cruz informou que outro motivo para o aumento do lucro foi a depreciação do real frente ao dólar no período, que elevou a receita da empresa com exportação de fumos em 71,4% - saiu de R$ 447,2 milhões no primeiro semestre do ano passado e ficou em R$ 766,9 milhões nos seis primeiros meses do ano.

 

"Os melhores preços em dólar praticados em 2009, o melhor mix de produtos e a depreciação do real em relação ao dólar, em aproximadamente 29%, impactaram positivamente as receitas de exportação de fumo da companhia", explicou.

 

A empresa atingiu receita líquida consolidada de R$ 2,994 bilhões no primeiro semestre, alta de 28,4% sobre a verificada em igual período do ano passado, que foi de R$ 2,331 bilhões. A receita líquida com vendas de cigarro, que no semestre representou 62% da receita líquida total da empresa, ficou em R$ 1,885 bilhão. O montante representa uma alta de 22,4% sobre os R$ 1,540 bilhão faturados com a venda do produto no primeiro semestre de 2008.

 

A Souza Cruz vendeu 36,9 bilhões de cigarros no primeiro semestre. Esse volume, contudo, foi 3,2% inferior aos 38,2 bilhões vendidos no mesmo período de 2008. A participação da Souza Cruz no mercado total brasileiro de cigarros fechou o semestre em 61,7%, mantendo-se estável em relação a igual período de 2008 (61,8%).

 

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) do semestre ficou em R$ 1,241 bilhão, alta de 51% frente aos R$ 820,6 milhões verificados ao final dos seis primeiros meses de 2008. O Ebitda por ação saiu de R$ 2,68 no período em 2008 e foi para R$ 4,06 em 2009. A geração de caixa da companhia ficou em R$ 687,5 milhões no primeiro semestre do ano, alta de 120% em relação aos R$ 312,2 milhões apurados nos seis primeiros meses de 2008.

 

Segundo a Souza Cruz, o Conselho de Administração da empresa propôs o pagamento de dividendos intermediários que totalizaram R$ 756,0 milhões (R$ 2,473094 por ação). Adicionalmente, em reunião realizada em 22 de junho de 2009, o Conselho de Administração aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio no valor de R$ 33,2 milhões (R$ 0,108648 por ação), a serem pagos a partir de 20 de agosto de 2009, atualizados pela variação da taxa SELIC de 30 de junho até 19 de agosto de 2009.

 

De acordo com a empresa, considerando os juros sobre o capital próprio deliberados no primeiro trimestre de 2009, no valor de R$ 26,9 milhões (R$ 0,088073 por ação), a remuneração total por conta dos lucros obtidos no primeiro semestre de 2009 totaliza R$ 816,1 milhões (R$ 2,669815 por ação).

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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