Vendendo saúde

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Conselho de Farmácia e Instituto de Defesa do Consumidor aprovam controle maior no comércio de remérios

 


DA REPORTAGEM LOCAL

 


O passeio entre as prateleiras de analgésicos com a cestinha nas mãos vai acabar. Ao menos em relação aos remédios, a proximidade entre as compras no supermercado e na farmácia vai diminuir bastante. De acordo com as novas regras publicadas nesta semana pela Anvisa, medicamentos que não precisam de receita voltam para trás do balcão em até seis meses.
Sai o contato direto do consumidor com as drogas, entra o contato com o farmacêutico.

 


Para a presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Raquel Rizzi, isso vai melhorar o serviço prestado. "Hoje a farmácia é um estabelecimento totalmente comercial, onde você tem disponível aos olhos todos os medicamentos isentos de prescrição, num "self-service". Alguns acham que acabar com isso é autoritarismo. Mas o consumidor não deixará de comprar o que quer. Só vai ter a orientação certa. Uma coisa é comprar sapato. Outra coisa é medicamento."

 


A consultora técnica do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Mirtes Peinado afirma que a intermediação do balconista ou do farmacêutico não vai diminuir a possibilidade de comparar preços ou conhecer as diferentes opções de remédios vendidos sem receita médica. "O consumidor deve perguntar pelo genérico e pedir orientações, que devem vir do profissional", diz. Para ela, isso também vai tornar mais comum a entrega da bula junto com comprimidos vendidos soltos em blisters. "Se essa legislação for cumprida, a farmácia realmente vai ser um estabelecimento de saúde".

 


Se boa parte do que era vendido como em um supermercado vai ser pedido para o farmacêutico, será essa uma volta ao modelo antigo da farmácia em que mal se entrava e já estava lá o balcão como "obstáculo" ao acesso do consumidor aos produtos? "Acho difícil voltar ao modelo antigo. Vai permanecer um híbrido entre o modelo aberto de autosserviço e o fechado, mas com uma regulação maior. Voltar ao modelo europeu é muito difícil, pelo ponto em que chegamos", diz o sociólogo Dario Caldas, do birô de tendências de comportamento Observatório de Sinais. Para ele, o controle precisa ser mais rígido para impedir o acesso livre aos medicamentos. "As coisas são até mais certas nas grandes redes. As regras são mais burladas nas lojas pequenas, de bairro. O modelo tradicional é mais permissivo. Tem uma relação de conhecimento que permite coisas que não acontecem nas redes. Lá, ou você tem receita ou não tem. O que não dá é pra comprar remédio como se compra qualquer outro produto na gôndola do supermercado".

 

Veículo: Folha de S. Paulo


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