Lucro crescente explica pressão contra cartões

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As operações realizadas com cartões proporcionaram em 2008 lucro líquido de R$ 9 bilhões para os bancos

 

As operações realizadas com cartões de crédito e débito proporcionaram no ano passado lucro líquido de R$ 9 bilhões para os bancos que emitem os plásticos e as credenciadoras que capturam e liquidam as transações. O ganho foi 27% superior aos R$ 7,1 bilhões de 2007.

 

A maior parte do bolo é dos bancos, que ficaram com R$ 5,6 bilhões ou 63% do total. O ganho com os cartões contribuiu com 12,4% do lucro líquido de R$ 45,2 bilhões amealhados pelos bancos no ano passado, o maior índice desde 2003. Mas os credenciadores têm abocanhado fatias crescentes: os 21% de cinco anos atrás passaram a 37% em 2008, segundo cálculos da Boanerges & Cia. Consultoria em Varejo Financeiro, feitos a partir de estudo recente do Banco Central (BC) que fundamentou as pressões para a desconcentração do setor.

 

Entre os pontos discutidos pelos organismos de defesa do consumidor estão a abertura do credenciamento dos lojistas, hoje concentrado em duas empresas, Redecard e VisaNet, o fim da exclusividade das bandeiras e o compartilhamento das máquinas de leitura dos cartões.

 

Para o consultor Boanerges Ramos Freire, o que mais chama a atenção nos dados é o aumento das margens. A dos credenciadores mais do que dobrou em cinco anos, de 21% em 2003 para 43% em 2008. A margem dos bancos também aumentou, com o lucro passando de 21% para 34% das receitas. "São resultados excepcionais, acima da média de qualquer outro setor. Por isso o questionamento do governo".

 

Os números, porém, não incluem uma fonte de receita cada vez mais disputada que é a antecipação para o varejista dos pagamentos a prazo feitos pelos clientes, chamada de antecipação de recebíveis no jargão financeiro, que está diluída nos balanços. Esse negócio cresceu quando os lojistas passaram a oferecer a venda parcelada no cartão para os clientes.

 

A carteira de crédito de cartões do Banco do Brasil aumentou 21% nos 12 meses encerrados em junho, fechando o semestre em R$ 6,13 bilhões, dos quais R$ 2,65 bilhões foram parcelados pelos lojistas. Os ativos financeiros de cartões do Bradesco aumentaram 15% entre junho de 2007 e junho passado, atingindo R$ 15,69 bilhões, um terço em antecipações de recebíveis.

 

Veículo: Valor Econômico


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