Celesio vê potencial no mercado doméstico

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Farmacêutica: Presidente do grupo alemão que comprou Panpharma prevê consolidação na distribuição de remédios

 

O grupo alemão Celesio, que adquiriu uma fatia majoritária do capital da Panpharma, a maior distribuidora de medicamentos do país, pôs o Brasil no seu radar. A meta do grupo é que seu Ebitda - um indicador da geração de caixa - atinja € 1 bilhão em 2015 em todas as suas operações espalhadas hoje em 14 países, e o mercado brasileiro ajudará nessa tarefa, afirmou o principal executivo do grupo, Fritz Oesterle.

 

"O Brasil oferece grandes oportunidades", disse o executivo alemão, que esteve recentemente no país em conversa com executivos da indústria e varejo para apresentação do grupo. "O mercado brasileiro menos regulado do que o europeu, o real como moeda estabilizada e uma população preocupada com a qualidade de vida e com a saúde nos dá este nível de confiança no crescimento", disse ao Valor por e-mail.

 

A Celesio anunciou em julho acordo para a compra de 50% mais uma ação da Panpharma, que inclui as distribuidoras Panarello, American Farma e Sudeste Farma. As empresas possuem 17% de participação do mercado atacadista de medicamentos com vendas líquidas estimadas de R$ 3 bilhões em 2008. A família Panarello, que fundou a distribuidora, continuará à frente da gestão em companhia de executivos indicados pelo grupo alemão.

 

Para Oesterle, a nota fiscal eletrônica e a substituição tributária foram dois pontos analisados profundamente para determinar o momento de investir no Brasil. O dinheiro foi aplicado para reforçar a estrutura de capital da Panpharma. Conforme Oesterle, há grande potencial no país na medida que a oferta de medicamentos é hoje ao redor de 8 mil apresentações. "Enquanto a Europa há mais de 80 mil e a experiência internacional da Celesio traz vantagens competitivas."

 

Apesar do processo recente de concentração das distribuidoras na mão de poucas empresas (estima-se que as três maiores girem mais de 40% do mercado), Oesterle avalia que o setor não é consolidado. "Esta é uma grande diferença em relação ao mercado europeu", afirmou. "Nosso objetivo é concentrar no crescimento no Brasil."

 

O grupo alemão tem apresentado declínio nas suas operações, concentradas na Europa. No primeiro semestre, a receita caiu 2%, para € 10,38 bilhões. O Ebitda, por sua vez, ficou 4,5% menor, atingindo € 296 milhões. Segundo a Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), o faturamento do setor de distribuição no país cresceu 3,4% no segundo trimestre de 2009 na comparação com o primeiro trimestre, atingindo R$ 3,98 bilhões. Em genéricos, a evolução foi maior, de 11,2%, chegando a R$ 289 milhões.
 


Veículo: Valor Econômico


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