Papelarias compram 15% a mais para volta às aulas 2010

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As negociações das principais redes especializadas em material escolar e de escritório com a indústria, para a temporada de volta às aulas 2010, já estão na reta final. Na semana da segunda maior feira do setor no Ocidente, a 23ª PaperBrasil Escolar, varejistas como a Kalunga, a pernambucana Nagem Distribuição e a central de compras Rede Brasil Escolar acertam os últimos detalhes para encerrar os negócios.

 

Apesar do clima cauteloso, depois de uma leve desaceleração das vendas no primeiro semestre -as vendas corporativas foram menores-, as empresas decidiram que vão comprar em menor quantidade este ano para que o nível do estoque não esteja alto depois da maratona de vendas do primeiro trimestre.

 

Com 17 unidades distribuídas no Nordeste e em São Paulo, a Nagem pretendia aumentar até 30% o abastecimento para o início do próximo ano; contudo, optou por "manter os pés no chão", fechando pedidos de 15% a 20% maiores. "Esbarramos na crise, pois os clientes corporativos compraram menos no segundo trimestre. Se não fosse por isso, compraríamos mais", explicou Karina Bustamante, gerente de Produtos da rede.

 

Os lançamentos feitos pela indústria durante a feira serão os responsáveis pelo aumento nas compras da Nagem. Apesar da cautela nos pedidos, Karina acredita que o setor crescerá mais no próximo ano em relação a 2009.De acordo com a gerente, nos meses de novembro e dezembro os pequenos varejistas renovam o estoque, para, nos três meses seguintes, atender os clientes.

 

Na Rede Brasil Escolar, o desempenho entre janeiro e junho também ficou aquém do esperado. "Em 19 anos, nunca encerramos um semestre com menos de 10% de crescimento, mas, no primeiro semestre, atingimos 7% de alta em relação ao mesmo período de 2008", lamentou Alfonso dos Santos Theiss, presidente da central de compras formada por 560 papelarias de 26 estados.

 

Theiss pontua que a crise diminuiu o capital de giro de algumas redes, aumentando a preocupação com o fluxo de caixa. As solicitações de pedidos aos fornecedores serão entre 5% e 10% superiores frente às de 2008, mas ainda refletem cautela dos associados.

 

Essas pequenas papelarias estão se articulando também "para incrementar o mix de produtos com mais artigos para escritório e disputar mercado com grandes lojas especializadas e supermercadistas", disse Paulo Sbragi Júnior, diretor da central de compras.

 

A Kalunga, distribuidora considerada a líder do setor, ainda está negociando muitas linhas de produtos, mas fechará todos os pedidos no máximo até o final deste mês. O gerente de Compras, Raul Delgado, endossa que "a estratégia de fazer negociação mais próxima da volta às aulas ajuda a ser mais preciso nos pedidos". A rede manterá também manterá os pedidos para os 59 estabelecimentos na faixa de 5% a 10% maiores que os do ano passado.

 

Indústria

 

Entre os fornecedores, a confiança no mercado é mais evidente, pois, de certa forma, as grandes redes atacadistas e varejistas estão praticamente na reta final das negociações. A líder em canetas esferográficas, corretivos e lápis pretos BIC alcançou crescimento de 29% nas vendas, em agosto, para a próxima temporada de volta às aulas. O diretor, Horácio Balseiro, endossa que os negócios concretizados nesta época representam 65% das vendas anuais da empresa e diz que as mercadorias serão entregues a algumas empresas já em outubro.

 

A concorrente Tilibra não divulga números, mas garante que clientes como a Livraria Saraiva receberão itens da nova coleção nos próximos 60 dias. "Os números estão similares aos registrados em 2008", comparou Wagner Jacob, diretor comercial da empresa, que passou a brigar no mercado de escrita com a BIC, enquanto esta avança no de cadernos.

 

Veículo: DCI


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