Bertin, Nestlé e Castelo dão prioridade para "food service"

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Apesar do baixo dinamismo do mercado de comida fora do lar no primeiro semestre deste ano em decorrência da crise mundial, indústrias brasileiras de alimentos crescem e traçam estratégias de expansão para esse mercado, também chamado de food service. Empresas como Bertin Alimentos, Castelo Alimentos - controlada pelo Grupo Cereser - e Nestlé veem tal setor como uma área estratégica para conquistarem taxas de crescimento mais significativas. A Bertin Alimentos apresentou crescimento 39% no faturamento proveniente das vendas de produtos desenvolvidos para o mercado interno de food service no primeiro semestre, em relação a igual etapa de 2008. As vendas totalizaram R$ 820 milhões, dos quais R$ R$ 565 milhões são provenientes da linha de carnes e R$ 265 milhões da área de lácteos.

 

A empresa trabalha para atingir taxa de crescimento anual de 25% nos próximos anos nesse mercado, contra aumento de 17% entre 2008 e 2007. Ao explicar o crescimento da receita do setor em um momento de retração do consumo mundial, o diretor de Food Service da empresa, Ronan Toniolo, disse que a Bertin encara o setor de comida fora do lar "como uma área estratégica". Ele disse que a empresa, considera pioneira em tal segmento, quer se tornar uma referência nacional nesse mercado nos próximos dois anos. Hoje o Grupo Vigor Indústria de Alimentos lidera no segmento. Toniolo informou que tal setor já responde por 26% da receita total do Grupo Bertin. "Temos planos de crescer 25% em média ao ano (nos próximos anos)", disse ao responder que em 2008 o faturamento do setor de food service da Bertin cresceu 17% sobre 2007.

 

A empresa já oferece, exclusivamente, carnes semi-elaboradas e prontas para as grandes redes de fast food. Tais como, Giraffas, Burguer King, Habib's; e produtos lácteos à rede de Hotéis Accor. A empresa pretende aumentar os chamados "contas-chaves" que já somam 12 mil no total.

 

Controlada pelo Grupo Cereser, a Castelo Alimentos, líder nacional na fabricação de vinagres, também aposta no mercado de food service para alavancar a receita do grupo. Hoje o food service responde por 3% do faturamento da empresa, cifra estimada em R$ 52 milhões. "Pretendemos atingir no canal food service um objetivo de cerca de 10% do total faturado pela companhia ao longo dos próximos cinco anos", informaram a gerente comercial para o mercado de food service e vendas institucionais, Gésica Cereser Leopardi, e a operadora da mesma área, Márcia Pires. As linhas de vinagres e também de molhos para saladas são os carros-chefes das vendas da área .

 

Sem se aprofundar nas informações, a Nestlé "Professional" avisa que o mercado de comida fora do lar "está entre os segmentos prioritários de crescimento para o Grupo Nestlé, que no Brasil é presidido por Ivan Zurita. A companhia diz se tratar de um mercado "reconhecidamente em franca expansão mundial".

 

Crise

 

Diante dos efeitos da crise mundial, o mercado nacional de food service deverá crescer menos da metade este ano em relação a 2008. Especializada neste segmento, a ECD Consultoria prevê crescimento entre 2,5% e 3% para o setor, contra um avanço superior a 15% no ano passado. O pior momento para o mercado este ano aconteceu no primeiro semestre.

 

Especialistas afirmam que os restaurantes sofisticados perderam clientes para os mais populares, taais como, Bob's, Mc Donald's e Habib's, padarias e restaurantes menores. O diretor da ECD, Enzo Donna, acredita que o ticket médio diário superior a R$ 40,00 destinado a comida fora do lar caiu entre 3% e 4% no primeiro semestre. Enquanto que os gastos de até R$ 15,00 cresceram 8% em igual período.

 

"Com certeza houve uma migração do público com gasto superior a quarenta reais para os de valores mais baixos", concordou o executivo. Por conta da crise, o consumidor decidiu economizar e trocou as refeições mais sofisticadas por sanduíches, salgados e passaram a acessar restaurantes que fornecem "comida por quilo".O segmento deverá manter a tendência dos últimos seis anos quando cresceu três vezes acima do PIB.

 


Veículo: DCI

 


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