Sete dias após o governo taxar as importações de calçados chineses para evitar a prática de dumping, o Grupo Vulcabras/Azaleia, a maior fabricante de calçados do Brasil, volta a contratar funcionários e promete ampliar a capacidade de produção da empresa em 10% no último quadrimestre deste ano, sobre o trimestre anterior. Ao DCI, o presidente do grupo Milton Cardoso, afirmou que a empresa decidiu retomar os investimentos sob a influência da medida do governo ao taxar em US$ 12,47 cada par de sapato importado da china, que segundo diz, deve reduzir a "concorrência desleal". Para ele, a medida abre uma janela de oportunidades para os produtos nacionais.
"O cenário começa a mudar pela decisão do governo de coibir as importações ilegais; este é um estimulo aos fabricantes de calçados do Brasil", disse Cardoso, sem citar os investimentos a serem feitos no parque produtivo pelo fato de a empresa ser de capital aberto. Com sede em Jundiaí (SP), a empresa anunciou a contratação de 1,8 mil funcionários nas diversas unidades do Brasil. Hoje a empresa conta com 37 mil funcionários.
Cardoso prometeu recontratar uma parte dos funcionários da unidade do Rio Grande do Sul, que foram demitidos em meados do primeiro semestre deste ano em razão do cenário desfavorável para as vendas. Na ocasião foram 500 demitidos dos quais 100 serão chamados nesta atual fase de contratação.
O empresário afirmou que o aumento da capacidade produtiva em 10% no último trimestre de 2009 será suficientemente positivo para o grupo recuperar a perda de 10% registrada na produção no último trimestre de 2008, quando o baixo dinamismo das vendas internas, prejudicadas pelos produtos chineses, foi agravado pela eclosão da crise econômica mundial. Tal resultado será suficiente ainda para recuperar a queda de 9% no faturamento no terceiro trimestre deste ano. Por esta razão, o empresário estima fechar 2009 com o faturamento estável em relação aos R$ 2 bilhões apurados no ano anterior.
Apesar de ampliar a capacidade produtiva, o empresário afirmou que a empresa não há necessidade de se fazer investimentos na aquisição de máquinas, pois em 2008 a empresa realizou "um grande programa de investimentos fixos", quando foram investidos R$ 111 milhões. E até o terceiro trimestre a companhia operava com mais de 30% da capacidade instalada ociosa.
Representante da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), o empresário não quis estimar a redução prevista da entrada de calçados chineses no Brasil. Ele garantiu, porém, que a medida representa uma mudança de cenário para as vendas da empresa no mercado interno que caíram 10% no primeiro semestre, sobre igual período do ano anterior. Agora que a demanda começa a reagir positivamente, Cardoso estima que as vendas cresceram e a participação no segundo semestre supere a marca histórica de 60% da receita anual. A expectativa é zerar a perda do primeiro semestre.
Crítica aos japoneses
Cardoso criticou os empresários japoneses, fabricantes de calçados na China, para os quais a taxação dos produtos chineses beneficiaria apenas a marca Vulcabras/Azaleia, por ser uma das maiores do Brasil e pelo fato de o presidente do grupo ser o representante da indústria. "É uma ironia achar que essa medida beneficiaria apenas a nossa empresa, pois o Brasil possui sete mil indústrias de calçados, com 310 mil empregados, número que no passado já chegou a 400 mil funcionários no setor". Sobre as exportações, Cardoso disse que a Argentina é o maior consumidor dos produtos do grupo. Lá, empresa investiu na produção local e já responde por 50% das vendas do grupo para os argentinos.
Sete dias depois de o governo taxar as importações de calçados chineses para evitar dumping, o Grupo Vulcabras/Azaleia - a maior fabricante de calçados do Brasil - volta a contratar funcionários e promete ampliar a capacidade de produção em 10% no último quadrimestre deste ano. Ao DCI, o presidente do grupo, Milton Cardoso, afirmou que decidiu retomar os aportes sob a influência da medida do governo de taxar em US$ 12,47 cada par de sapatos importado da China, o que deve reduzir a "concorrência desleal".
Veículo: DCI