Carrefour só cresce na América Latina

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Supermercados: Grupo francês decide vender negócios na Rússia, enquanto no Brasil receita aumenta 14%


 
O relatório divulgado ontem pelo Carrefour, com o desempenho das vendas no terceiro trimestre deste ano ao redor do mundo, só reforçou a estranheza causada pelas notícias de que o grupo francês poderá vender suas operações em mercados emergentes. A América Latina foi a única região em que a varejista francesa registrou um crescimento - de 5% - nas vendas em uma base comparável de lojas.

 

O conceito "mesmas lojas" só considera a receita gerada pelas unidades em operação em igual trimestre de 2008 e é utilizado pelas empresas de varejo para medir o real desempenho operacional.

 

Na França, as vendas do Carrefour em lojas comparáveis caíram 4,2% no terceiro trimestre. Nos demais países europeus, a queda foi de 6,1%. Até mesmo na Ásia as vendas nas mesmas lojas foram 6,4% menores no trimestre.

 


A receita do grupo na América Latina totalizou € 3,4 bilhões no terceiro trimestre e € 9,5 bilhões nos nove primeiros meses do ano, o que representou um crescimento de 14,4% e 15,4%, respectivamente, sobre igual período do ano passado. Sobre o Brasil, a empresa afirmou que "todos os formatos apresentaram desempenhos muito bons". No país, a receita do grupo foi de € 2,4 bilhões no terceiro trimestre e de € 6,5 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, com taxas de crescimento de 14,2% e 14,3%, respectivamente.

 

Ontem, ao divulgar o resultado de vendas, o Carrefour também anunciou que decidiu vender suas operações na Rússia dada a "falta de perspectivas de um crescimento orgânico ou de oportunidades de aquisições". O grupo chegou ao país em 2008 e só possui dois hipermercados, um em Moscou e outro em Krasnodar.

 

Sobre as persistentes informações que estaria considerando vender as operações na América Latina e China, a multinacional francesa não se pronunciou em seu relatório. O grupo já havia divulgado um comunicado na semana passada em que reiterou que mantinha a estratégia de investir em países como o Brasil e a China.

 

Segundo informações veiculadas pela revista "Te Economist", o Carrefour poderia levantar € 13 bilhões com a venda das operações na América e Ásia. Mas a ideia não agrada os analistas . "Vender as operações na América Latina e na Ásia iria arruinar as perspectivas de crescimento e não beneficiaria os acionistas no longo prazo, a não ser pelo pagamento de um dividendo não-recorrente", afirmou o um analista do Exane BNP Paribas.

 

Ainda de acordo com a revista, as notícias irritaram o governo chinês, que tenta manter um equilíbrio de forças entre o Carrefour, o Wal-Mart e redes locais. Há cerca de um ano, já circularam informações de que o Carrefour pensava vender os negócios na China. Na época, o fundo soberano chinês, a China Investment Corporation, estudou a possibilidade de comprar as operações francesas.

 

As vendas globais do Carrefour totalizaram € 24 bilhões no terceiro trimestre e € 70,2 bilhões nos nove primeiros meses do ano. Em relação a 2008, as cifras são 0,8% e 0,7% menores, respectivamente. Na França, a receita foi de € 10,4 bilhões entre julho e setembro, o que representou uma queda de 3,4% sobre igual trimestre de 2008.
 


Veículo: Valor Econômico


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