Com o seu fim já anunciado, aparelho tradicional mostra resistência diante do encarecimento dos LCDs
Elas já estavam desenganadas pelos especialistas, inclusive com velório e enterro marcados. Mas como um milagre – mais econômico do que divino, é verdade – ganharam mais tempo de vida. São as televisões de tubo, beneficiadas pela alta do dólar durante a crise financeira global, que encareceu o preço das queridinhas da vez, as de LCD, em quase 25% desde julho de 2009.
A alta freou a disparada de vendas desses aparelhos e foi um balde de água fria à perspectiva inicial de que, se os preços dos televisores de LCD (tela de cristal líquido, na sigla em inglês) continuassem recuando 20% ao ano, como vinha ocorrendo desde 2007, as quantidades vendidas desses equipamentos ultrapassariam as das TVs de tubo ainda neste ano no mercado brasileiro.
Baseado na percepção da saída dos chamados tubões, o gerente comercial da rede Berlanda, Gilson Bogo, tem um prazo bem mais esticado para essa substituição.
Em 2010, as vendas entre os dois tipos de aparelhos de televisão devem se igualar, na avaliação dele. Hoje, a relação está em 60% para a TV de tubo e 40% para a mais moderna.
– Ainda há muito mercado no Brasil para as tvs de tubo. Pelo menos nos próximos cinco anos ainda estaremos comercializando esses itens nas nossa lojas – diz ele.
Panasonic suspendeu a fabricação dos tubões
O gerente da Berlanda reconhece que depois desse período, o futuro para o “tubão” ainda é incerto.
Muitas fabricantes já pararam de produzí-lo. É o caso da Panasonic, que suspendeu temporariamete a produção. A LG, por sua vez, está fabricando apenas um modelo de TV de tubo tradicional. Para Bogo, a decisão não deixa de ser um erro.
– Os que continuam a produzir estão vendendo muito bem – afirma.
Isso porque os aparelhos de tubo ainda são a preferência daqueles consumidores que compram televisões menores, entre 14 e 21 polegadas.
– Essa é a TV de entrada, ou seja, aquela de quem está comprando o produto pela primeira vez – explica o gerente de marketing da rede de lojas Koerich, Adilson Toll.
Mesmo sem divulgar o peso que cada uma representa nos negócios, Toll afirma que, por enquanto, a “mais fininha” ainda não ultrapassou as vendas da vovó dos aparelhos.
Na Colombo, cerca de 25% a 30% das tevês comercializadas são de tubo. Com o lançamento do LCD, houve uma redução na procura por este tipo de televisor.
Mas no decorrer deste ano, percebeu-se uma retomada na procura pelas tevês de tubo, prova de que este televisor não foi totalmente abandonado pelo consumidor.
Veículo: Diário Catarinense