Recessão global muda planos do Carrefour

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O comunicado da Carrefour de que vai bater retirada da Rússia poucos meses depois de ter aberto sua primeira loja no país, sugere uma abordagem mais impiedosa para recuperar as margens da varejista francesa.

 

A recessão global brecou o Carrefour. As vendas caíram 0,7%, para 70,2 bilhões de euros (US$ 104,56 bilhões) em nove meses até o fim de setembro. Em mercados fora da Europa Ocidental que eram vibrantes até pouco tempo atrás, o crescimento do Carrefour caiu pela metade, para 8,3% este ano comparado com o ano passado. Em 2007 o crescimento foi 30%. Mesmo antes da recessão o Carrefour estava tendo trabalho para melhorar vendas e margens de lucro na França, que responde por 43% da receita. A diretoria já avisou que o Carrefour pode acabar tendo só metade do lucro que havia previsto para 2009.

 

Construir uma empresa do zero num mercado de varejo tão competitivo como a Rússia em recessão parece um mau uso do dinheiro de acionistas. Argentina, Tailândia e Vietnã são outros países onde o Carrefour pode achar melhor vender do que continuar a investir. O diretor-presidente Lars Olofsson continua comprometido com Brasil e China, que respondem por 14% das vendas, e Índia, onde o Carrefour é um novato. Mas lá, ao contrário da Rússia, nenhum varejista ocidental tem mais do que um pé no mercado.

 

O desafio de Olofsson é aplicar com esperteza o superávit de caixa do Carrefour, presumindo que ele cumprirá a promessa de economizar 4,5 bilhões em custos até 2012. Muito está sendo investido em melhorar a reputação barateira do Carrefour na França, onde rivais que oferecem preços menores têm roubado mercado. Mas um grande replanejamento da abordagem do Carrefour para varejo de itens não-alimentares está na mesa, dada a predominância de revendedores de roupas e eletrônicos, muitos com grande presença na internet, onde o Carrefour é fraco.

 


Veículo: Valor Econômico


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