Muitos comerciantes já começaram a vender produtos de Natal para lojistas e consumidores. E o deste ano promete: para a Walmart, será o melhor Natal desde 1995. Grande notícia para quem andou mergulhado numa crise.
No Sam’s Club, do Walmart, o total de itens está 20% maior do que o oferecido no ano passado.A data mais esperada por dez entre dez comerciantes, varejistas, empresários e consumidores está chegando. Faltam pouco mais de dois meses para o Natal e os preparativos têm de começar para que os negócios sejam produtivos. Esse dezembro tem tudo para ser auspicioso depois de um ano marcado pela crise financeira internacional.
Se as pessoas prestarem atenção, já verão pela cidade alguns itens de decoração natalina. O Sam’s Club, clube de compras do Walmart Brasil, se antecipou, para a alegria dos apressadinhos. Desde o final do mês de agosto os itens já estão disponíveis para quem quer deixar a casa ou a empresa mais bonita no Natal.
O total de itens está 20% maior do que o oferecido em igual período de 2008. As novidades: a Mamãe Noel de 1,90m, que acompanha o tradicional Papai Noel gigante. Tem também os bonecos infláveis musicais, que se movimentam de acordo com o sensor de presença – novidade no mercado. A expectativa é de que as vendas sejam 30% maiores neste Natal comparadas com 2008.
De acordo com o vice-presidente comercial do Walmart, Marcelo Vienna, este será o melhor Natal desde 1995 – quando a empresa chegou ao Brasil. Segundo ele, para a linha de vídeo e informática, o volume de pedidos para o Natal deste ano está entre 20% e 25% maior na comparação com 2008. Nos eletrodomésticos, como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, o acréscimo foi de até 15%.
“A perspectiva para o próximo Natal é positiva, já que a confiança do consumidor no cenário econômico tem aumentado”. De acordo com o executivo, o desempenho crescente das vendas da rede, favorecido inclusive pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), sinaliza esse quadro. “Hoje, a realidade é mais promissora do que no ano passado. Netbooks, laptops, celulares e televisores serão as vedetes deste ano. Mas este deve ser o último Natal para as TVs de tubo”.
A rua 25 de Março, um dos centros comerciais mais concorridos de São Paulo – chega a receber mais de um milhão de pessoas em cada dia que antecede o Natal – também já está se preparando. A Armarinhos Fernando, uma das lojas mais procuradas, começou a expor os produtos de Natal no dia 13 de outubro – logo após o Dia da Criança. “O consumidor vai encontrar tudo aqui. Não é exagero. Compramos árvore de Natal, acessórios diversos para decoração, presentes, embalagens, guirlandas, arrastões, vários tipos de bolas. Os pedidos foram feitos há mais de um mês”, diz o gerente geral da matriz da Armarinhos Fernando, Ondamar Antônio Ferreira.
A expectativa é a de que as vendas este ano sejam até 6% maiores do que as registradas em 2008: “Trata-se de um índice excelente. As vendas das lojas estão consolidadas ano a ano”.
O gerente diz que muitos comerciantes e consumidores aparecem todos os dias para pesquisar as novidades – movimento que começou há quase um mês. “Haverá tempo suficiente para os clientes se prepararem. Não precisa ter correria”.
Polêmica
Quem quer inovar no Natal e chamar a atenção de cliente pode das asas à criatividade. Os especialistas dizem que é possível ter idéias bacanas, gastando pouco. O vitrinista Kleber Alves de Assis, com dez anos de experiência no varejo, dá uma dica: “O lojista deve ter a coragem de ousar. Porque não colocar uma árvore de Natal – ricamente decorada – de ponta cabeça na vitrina? Certamente vai chamar a atenção”.
A sócia-diretora da NT Vitrina, Silmara Carreiro, prefere a decoração mais limpa, sóbria, mesmo para o Natal: “O prata, o branco, o dourado criam um charme na decoração, especialmente na vitrina”. Ela dá uma idéia ao lojista que não quer gastar muito neste final de ano: “O lançamento deste ano são as lâmpadas de led, consideradas duas vezes mais eficientes do que as fluorescentes compactas. Há algum tempo, era um produto muito caro, mas já está com preço acessível. O comerciante pode usá-las para fazer uma cortina, no fundo da vitrina. Além disso, os acessórios também podem ser inovados: os cubos, displays, o chão da vitrina podem ser forrados de tons de dourado, por exemplo. Um grampeador, com uma fita adesiva dupla face, e força de vontade são suficientes para mudar a cara da loja. O comerciante deve se colocar no lugar do cliente – a mesma decoração, todo ano, pode até afugentar as pessoas”.
A especialista em comunicação estratégica de varejo e sócia-diretora da Opus Design, Kátia Bello, ressalta que existem dois aspectos quando o assunto é Natal - o promocional e o emocional: “Em dezembro as pessoas pensam em festa, presentes, férias, viagem. E estão com o décimo terceiro salário no bolso. No início de novembro, os consumidores que têm direito ao abono já estarão com metade dele na conta corrente. Por isso, nessa época, os lojistas devem ter começado a preparar o comércio para esses consumidores. Nos Estados Unidos, a decoração de Natal é vista no começo de novembro. É cedo, porém, para que o cenário fique até o final de dezembro – pode cansar visualmente. Os comerciantes começam a decorar a loja em novembro. A apresentação final de Natal pode ser instalada no começo de dezembro para não deixar de conquistar a segunda parcela do décimo terceiro salário. Desta forma, o cliente não se cansa e o lojista não perde as vendas”.
Kátia diz que o lojista pode começar de forma tímida, com um festão, uma guirlanda, alguns detalhes – não só na vitrina, como em todo o ambiente da loja. Depois, a decoração vem com força total: “As árvores de Natal e demais objetos podem ser colocados inclusive nos check-outs ou corredores. A tendência, este ano, é reutilizar e reciclar os produtos de decoração”.
A especialista afirma que muitas empresas que fazem a decoração natalina dos shoppings se encarregam de promover o reaproveitamento dos cenários – ou seja, os shoppings trocam a decoração de Natal uns com os outros: “Os comerciantes podem seguir pelo mesmo caminho. Se o vizinho exibe todo o ano um determinado Papai Noel, pode negociar e trocar com o colega. Todos saem ganhando, inclusive o consumidor”. Além disso, sugere Kátia, é possível customizar os enfeites: “Porque não pintar uma pinha com spray dourado e colocar na vitrina? Basta usar a criatividade e customizar”.
A coordenadora gera da Vitrina&Cia, Patrícia Rodrigues, lembra, no site da empresa, que o branco é a cor que está voltando na decoração natalina: “A atmosfera na vitrina fica mais descontraída. O uso do branco ajuda a destacar qualquer grupo de produtos, além de ampliar o espaço. As árvores brancas também podem ser usadas, com resultados surpreendentes. Mas uma questão não deve ser esquecida: o branco exige uma iluminação focal e dramática. A cor precisa ser controlada para não passar uma sensação de frieza”.
Veículo: Diário do Comércio - SP