Marcas menos conhecidas crescem 80%

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José Figueiredo não se arrependeu de ter deixado Treixedo, Portugal, aos 18 anos, para apostar no Brasil. Sabia que num país cheio de promessas, seu faro não o deixaria na mão. Além de render bons dividendos, a nova terra lhe traria experiência na área empresarial. Desembarcou em 1952, arrumou trabalho e logo teve a ideia de ter uma distribuidora de doces. Alguns anos depois virou sócio na Campineira Alimentos, fabricante do biscoito que leva a marca Triunfo. Mais tarde vendeu a indústria e comprou uma rede de supermercados, em Campinas, interior de São Paulo. Nessa última empreitada, mudou de ramo e apostou parte do dinheiro em uma unidade fabril para produzir produtos de limpeza doméstica. Nascia, em 2002, a J. F. Produtos de Limpeza Doméstica, dona da marca Idealax, hoje líder na região de Campinas.

 

Desta vez, Figueiredo ficou na retaguarda e colocou à frente da empresa seus dois filhos. Fernando Figueiredo, advogado, é o diretor. E, Alberto Figueiredo, ao lado do pai, administra a fábrica. A carteira de clientes cresceu tanto que a empresa vai mudar para a vizinha Sumaré, em uma nova fábrica com capacidade 300% superior à antiga. Avesso a revelar faturamento e investimentos, Figueiredo desconversa, mas pode-se perceber o fôlego da companhia que tem 28 funcionários e, no fim do ano, com a nova unidade, terá 100, passando de pequeno para médio porte.

 

Há dois anos a J.F. começou um trabalho de prospecção de mercado. "Já percebíamos a migração do consumidor da marca líder para outras menos conhecidas e com preços menores. A crise só acelerou esse processo", diz Figueiredo.

 

Enquanto os setores da economia, no geral, se queixam da crise , a J.F., ao contrário, se deu muito bem. "Nossa faixa de público que era maioria C/D em alguns itens como amaciante de roupa, detergente líquido e água sanitária, hoje já é uma boa parcela das classes A/B", comemora. Segundo cálculos do empresário, as vendas nos primeiros seis meses deste ano cresceram 70% em relação ao mesmo período de 2008. "Nosso carro-chefe é a água sanitária, que responde por 60% do faturamento", diz. Otimista, ele projeta para 2009 uma alta de 80% na receita, comparada a 2008. "O aumento está baseado nas tendências do varejo e nas necessidades do consumidor", explica. Segundo ele, os produtos de limpeza doméstica de marcas pouco conhecida no mercado chegam a custar até 50% menos que a marca líder.

 

Se 2009 acena com excelentes resultados, 2010 será uma festa para a J.F. "Estamos desenvolvendo 11 itens para o início do segundo semestre de 2010 e dentro dessa linha lançaremos três novas marcas", limita-se a comentar. Na opinião de Figueiredo, "a crise já está em fase de extermínio". "O faturamento deverá crescer cerca de 300% no próximo ano", garante. Apesar de não quantificar o montante desembolsado no negócio, o diretor explica que os investimentos feitos neste ano ficaram 100% superiores aos registrados no ano anterior. "Nosso plano prevê investimentos grandes até 2012", informa. Destacam-se a área de equipamentos, logística, marketing e mão de obra qualificada.

 

Hoje a frota de caminhão tem quatro unidades. "A projeção é chegar em 2012 com oito caminhões", completa. De olho nos mercados externos, a J. F. já analisa a possibilidade de começar a exportar água sanitária. "Recebemos duas propostas: uma da África e outra do Mercosul", conta. Se tudo der certo, pretendemos colocar no mercado externo cerca de 10% da produção
 

 

Veículo: Valor Econômico


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