Agora é oficial: o Natal está chegando. Isso pode ser provado pela decoração das lojas e pela presença ostensiva dos panetones em diversos pontos de venda – supermercados, padarias, docerias. Como é difícil resistir ao produto e os consumidores parecem dispostos a colocar a mão no bolso, os fabricantes apostam na produção.
A padaria Palma de Ouro, no centro de São Paulo, começou a produção de panetones há 20 dias. As vendas estão indo bem, mas devem "pegar fogo" daqui a um mês, de acordo com o chefe dos confeiteiros do estabelecimento, Wellington Geraldo Rodrigues. "No ano passado, foram fabricados 9 mil panetones. Este ano, o número subirá para 12 mil. Os preços na Palma de Ouro são um pouco mais salgados em relação aos vendidos pelas grandes marcas. Mas os clientes acham que vale a pena. As opções vão do produto tradicional, com frutas, ao de chocolate, passando pelo trufado e o brigatone, com recheio de brigadeiro", detalha Rodrigues. Para ele, as vendas devem ter aumento de até 40% neste Natal, em relação a 2008.
A padaria Cepam, considerada uma das maiores do Brasil, na zona leste de São Paulo, também tem expectativa positiva com a venda do panetone Village, de fabricação própria. Este, segundo o executivo da empresa, João Diogo, será o melhor da década. A produção começou um mês antes, no início de setembro. "O produto é tradicional, feito há 41 anos, e distribuído para vários pontos de varejo. As vendas devem ter alta de 20% ", diz o executivo da Cepam, João Diogo. Com as contratações temporárias, o total de funcionários passou de 360 para 700.
A rede de padarias Letícia começou a venda de panetones há duas semanas. São cinco unidades : a mais recente foi aberta há um mês, no Morumbi. "A crise financeira atrapalhou os negócios. Alguns produtos ficaram no estoque, e foi feita uma promoção. Para este ano, a projeção é de que um crescimento de 6% nas vendas. Um índice considerado bastante positivo", diz o gerente Edmundo da Silva Lemos.
Os panetones artesanais também têm lugar na cesta do consumidor. Segundo o gerente de marketing da doceria Di Cunto, Marco Alfredo Di Cunto Junior, as vendas podem ser até 15% maiores neste ano. "A novidade de 2009 é a expansão da parceria com a rede Pão de Açúcar. Os produtos serão vendidos também em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e no sul do Brasil. Esse é o resultado de uma política comercial mais agressiva", detalha Junior. Para a produção de panetones, a Di Cunto contratou temporariamente 30 pessoas.
Preferência nacional – O panetone é uma unanimidade. Uma pesquisa realizada pela empresa Nielsen mostra que o produto é apreciado nos três níveis sócio-econômicos, baixo, médio e alto. Nas classes A e B, o índice de preferência chega a 59,5%; na C, a 49%; e nas D e E, a 32,6%. O produto esteve presente em 17 milhões de domicílios brasileiros no ano passado – meio milhão a mais do que em igual período de 2007.
No Brasil, os paulistas são os que mais apreciam o produto . O Estado de São Paulo concentra quase 60% do volume de vendas em volume. No País, apenas 20% dos compradores são responsáveis por metade do total vendido. Os panetones de chocolates – os conhecidos chocotones – caíram no gosto dos consumidores. A prova: o produto foi responsável por 32,7% das vendas dos fabricantes em 2007, e por 36,1% em 2008.
Veículo: Diário do Comércio - SP