Embora a estratégia da multinacional Kimberly-Clark no Brasil esteja pautada na filosofia de negócios batizada de "oceano azul", que prevê um lugar para cada competidor no mercado, a empresa vem enfrentando concorrência cerrada, até de empresas de médio porte, com as fraldas de baixíssimo custo, bem mais baratas que a sua versão mais básica.
Uma delas, a brasileira Ever Green, que fabrica a marca Natural Baby, acaba de investir R$ 20 milhões em uma nova fábrica em São Bernardo do Campo (SP), onde já está a sua sede, para aumentar a produção de fraldas infantis, geriátricas e absorventes.
Segundo a empresa, que não revela o faturamento, o investimento é feito com recursos próprios e a nova unidade deve ser inaugurada em fevereiro de 2010.
"As fraldas infantis representam 40% da nossa receita, mas a venda de fralda geriátrica vem crescendo bem mais e já responde por 30% do faturamento", diz Amauri Hong, diretor geral da Ever Green.
A empresa distribui para todo o país, mas reconhece que é difícil fazer frente ao poder de marcas fortes como Turma da Mônica (fabricada pela Kimberly-Clark), Pampers (da Procter & Gamble, e Johnson & Johnson e mesmo de outros concorrentes de preço semelhante ou menor. "Há 175 fabricantes legais de fraldas no Brasil", diz Hong. "É muita concorrência".
Por isso, a Ever Green aposta no crescimento do consumo das fraldas geriátricas, da marca Natural Master. "Havia muito tabu no uso desse produto, mas com o envelhecimento progressivo da população (brasileira) essa resistência está sendo quebrada", afirma o executivo.
O restante da receita da empresa, fundada em 1987 e que tem cerca de 450 funcionários, está dividida em absorventes (marcas Naturalmente e Definity, responsáveis por 20% das vendas) e lenços umedecidos (10%). Nessa última categoria, a empresa produz para terceiros e tem entre seus clientes a maior fabricante brasileira de produtos de beleza, a Natura. (DM
Veículo: Valor Econômico