Unilever prevê deflação nos preços

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Paul Polman, presidente da Unilever, alertou ontem para uma recuperação econômica mundial "demorada" e uma deflação nos preços, ao mesmo tempo em que a fabricante do chá Lipton e do xampu Sunsilk anunciou resultados melhores no terceiro trimestre.

 

Polman ganhou a confiança de investidores e analistas este ano, ao apresentar receitas sólidas e um bom crescimento nos volumes de vendas, o que levou a ação da Unilever a acumular uma valorização de 36% nos últimos seis meses, mais que o dobro da valorização do índice FTSE 100 da bolsa de Londres. Ontem, Polman provou que suas mudanças - que incluem uma recuperação de marcas que não estavam se saindo bem e a aceleração no ritmo das inovações (além de cortes de preços em certos produtos) - fizeram diferença na Unilever, já que a companhia superou as expectativas dos analistas com um crescimento das receitas globais de 3,4% e um aumento dos volumes de vendas de 3,6%.

 

James Edwardes Jones, analista da Execution, disse: "Os excelentes resultados do terceiro trimestre indicam que a Unilever está fazendo o que disse que iria fazer".

 

Os analistas ficaram encorajados com o fato de o crescimento dos volumes e da receita, que ocorreu em todas as regiões, não ter sido obtido por cortes no marketing. Ao contrário, a Unilever elevou os gastos com propaganda e promoções em 1,3 ponto percentual. Mas o preço da ação da Unilever caiu 1,9%, para 17,94 libras, na tarde de ontem depois que ela disse que está reduzindo seus preços. Polman alertou que mais quedas nos preços no quarto trimestre "tirarão um pouco do brilho de nosso crescimento orgânico".

 

Jim Lawrence, diretor financeiro da Unilever, disse que os preços vão subir apenas 1,5% no ano como um todo (comparado a um aumento de 7,2% em 2008), caindo entre 2% e 3% no quarto trimestre.

 

Analistas disseram não estar preocupados com a queda dos preços, contanto que os volumes de vendas da companhia continuem crescendo. Polman também alertou para "as condições fracas de mercado", observando que a confiança do consumidor nos Estados Unidos caiu para o menor nível em oito meses.

 

"O emprego e a confiança do consumidor são os principais condutores do crescimento de longo prazo do mercado e, infelizmente, o desemprego continua aumentando em muitos lugares e a confiança do consumidor ainda é baixa." Ele acrescentou que embora espere um crescimento "consistente" na Europa e América do Norte, "cada vez mais os mercados emergentes serão o motor de nosso crescimento".
 


Os emergentes


    
Os números do balanço global da Unilever mostram que o seu presidente, Paul Polman, tem subsídios para apostar que os mercados emergentes serão cada vez mais o motor do crescimento da multinacional. Mundialmente, as vendas da companhia aumentaram 4,1% em valor, de janeiro a setembro, e 1,4% em volume. Na América Latina, no mesmo período, o avanço das vendas foi de 9%. Nos mercados da Ásia, da África e do Leste Europeu, que incluem China e Rússia, o aumento foi de 7,7%.

 

O relatório ressalta o crescimento de "dois dígitos", na América Latina, das vendas da bebida de soja Ades, com lançamento da versão light na Argentina e da linha enriquecida com vitaminas no Brasil e no México. Produtos de limpeza, como Omo, também tiveram destaque. Essa divisão foi a que mais cresceu até setembro: 8,7%
 

 

Veículo: Valor Econômico


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