Com crédito extenso, lojista já se arma para venda pós-Natal

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O varejo está otimista para aumentar as vendas de Natal e, para não faltarem produtos nas prateleiras, já encomendou 10% mais itens que no ano passado. A expectativa é de que os efeitos da alta confiança do consumidor na economia mantenha as vendas aquecidas até no mês de janeiro, quando muitas empresas concedem férias coletivas aos funcionários, com o que poderiam faltar produtos nas prateleiras. Para impulsionar as vendas, há lojas que oferecem crédito em 24 vezes sem juros. Apesar do risco da inadimplência, que cresce em média 16% nos primeiros meses do ano, o momento é favorável e o varejo vê essa possibilidade com bons olhos, conta Wellington Gomes, diretor da SysOpen, empresa de recuperação de crédito.

 

Nas empresas Lojas Cem, Casas Bahia, Magazine Luiza, Lojas Berlanda e Lojas Colombo, a aposta para alavancar as vendas de presentes das festas de fim de ano são parcelas até 10 vezes sem juros via cartões de crédito. Na Colombo o cliente que optar pelo crédito com a Crediare, empresa de crédito controlada pela varejista em parceria com o Bradesco, poderá pagar por suas compras em até 24 vezes sem juros.

 

Para este Natal, a rede acredita que os carros-chefe sejam os produtos da linha branca, por causa da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), produtos de refrigeração, como aparelhos de ar-condicionado e ventilação, pela sazonalidade decorrente do verão, e itens da linha residencial, para presente.

 

"Em geral, a Colombo ampliou as encomendas em 10% neste ano, também em comparação com o Natal de 2008. Essas encomendas, além de atender a demanda de Natal, visam a suprir as lojas no mês de janeiro, período em que muitos fornecedores dão férias coletivas aos funcionários", conta Adelino Colombo, presidente das Lojas Colombo.

 

Inadimplência

 

Segundo Wellington Gomes, da SysOpen, no primeiro semestre de 2010 a taxa de inadimplência deve crescer 16,6%: "O consumidor ainda comprará por empolgação nesta época", diz. Nos primeiros sete meses de 2009, o número de pessoas com dívidas atrasadas por mais de 90 dias subiu 9,9%. "A recuperação de crédito é uma excelente oportunidade para fidelizar clientes. Uma boa estratégia de cobrança permite maior agilidade no contato com o cliente e melhora na hora da negociação, o que aproxima o cliente da instituição", afirmou Gomes.

 

Otimismo

 

Pesquisa trimestral divulgada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) indica que 77% das pessoas pretendem comprar ao menos um bem durável neste fim de ano. Entre os principais fatores para o aumento da confiança do consumidor está a melhora da oferta de crédito, dos prazos de pagamento e das facilidades para a compra de produtos eletrônicos, como a redução do IPI e as populares ofertas de Natal. A expectativa este ano é de que as vendas sejam as melhores dos últimos dez anos no setor varejista.

 

O estudo foi realizado com 500 pessoas na região metropolitana de São Paulo e mostra que 77,6% dos consumidores pretendem utilizar alguma forma de crédito para adquirir produtos de linha branca, 76,6% para a compra de móveis e 74,1% para eletrônicos.

 

Vendas

 

Os lojistas dos shopping centers esperam fechar o ano com faturamento em torno de R$ 77 bilhões e crescimento de 7% nas vendas de Natal, o que significa um crescimento de 3,5% em comparação com dezembro do ano passado. diz Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira dos Lojistas de Shoppings (Alshop).

 

Segundo o Sahyoun, cada pessoa que vai ao shopping costuma levar em média 25 itens de valores entre R$ 30 e R$ 120, dependendo do poder aquisitivo do comprador. "As pessoas, quando compram nesta data, procuram pelo menos uma lembrança para cada membro da famíla."

 

Para a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) o setor terá este ano um aumento de 11% nas vendas para o Natal, em relação ao mesmo período de 2008. Já o fluxo de pessoas deve aumentar 12%. O investimento médio que cada centro de compras destinará à decoração e às campanhas de Natal é de R$ 1,5 milhão, quase 50% mais que a média do ano passado, de acordo com a amostra da Associação.

 

Esses dados são resultado de uma pesquisa que ouviu 72 shopping centers de todo o País, no mês de outubro e no início de novembro.

 

Veículo: DCI


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