Estudo revela que expansão anual média de 4% da economia entre 2004 e 2009 teria sido de 2,5% se o crédito não tivesse crescido como cresceu O salto do crédito foi responsável por quase 40% da taxa de crescimento do Brasil nos últimos seis anos. A conclusão é de um estudo elaborado, a pedido do Estado, pelo economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges. Nas contas dele, a expansão média de 4% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) no período 2004-2009 teria sido de 2,5% se o crédito não tivesse avançado como avançou - a participação no PIB foi de 23% para 45%. "O crédito foi crucial para a retomada do crescimento, tanto pela ampliação da oferta pelos bancos, que deixaram de financiar apenas o governo, como pelo aumento da demanda pelas famílias e empresas, que, em um ambiente mais estável e com a melhora do mercado de trabalho, ficaram cada vez mais confiantes em se endividar", diz ele. Além das questões macroeconômicas - queda da inflação, mais postos de trabalho, renda maior, melhora das contas públicas e consequente redução dos juros -, especialistas destacam a criação do crédito consignado e mudanças regulatórias, que deram mais segurança a quem concede o empréstimo. O analista Alexandre Andrade, da Tendências Consultoria Integrada, lembra, por exemplo, que o consignado, regulamentado pelo governo em 2004, apresentava, no fim de janeiro, estoque de R$ 110 bilhões, um terço dos empréstimos concedidos às pessoas físicas no Brasil. Segundo ele, a Lei de Falências estimulou empréstimos às empresas. "O consignado colocou no mercado um contingente enorme de aposentados que não participavam do sistema de crédito", afirma o analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu. Olhando à frente, a aposta do mercado para que a fatia de empréstimos na economia chegue perto da média mundial é o crédito imobiliário. Apesar do avanço dos últimos anos, a relação crédito/PIB, aqui, é inferior à maioria dos países. Veículo: O Estado de S. Paulo