Governo do DF eleva ICMS e dá susto no setor atacadista

Leia em 3min 10s

Empresários do setor atacadista do Distrito Federal levaram um susto quando viram a publicação do Decreto nº 30.856, que eleva o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em até 40%. A norma trouxe uma série de alterações que, de acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista-DF), Fábio de Carvalho, elevam os gastos do setor e seriam repassadas ao consumidor final. Para reverter essa situação, Carvalho se encontrou no último dia 7 com o secretário de Fazenda do DF, Valdivino de Oliveira que, por sua vez, prometeu alterações no decreto.

 

"O governo sempre participou de alterações no Regime Especial de Apuração (REA). Mas em 30 de setembro fomos surpreendidos com o decreto. Acreditamos que foi um erro da equipe técnica e buscamos a reunião", afirmou o presidente do Sindiatacadista. "O governador José Roberto Arruda sempre foi sensível à causa e sabe que o setor atacadista não aceitaria esse aumento de carga tributária. É por isso que estamos acreditando que seja apenas um erro", continuou Carvalho.

 

Carvalho revela que o governo do Distrito Federal se comprometeu a resolver o problema até o início da próxima semana. Além de Carvalho e Valdivino de Oliveira, participaram mais 40 empresários do segmento.

 

A reportagem entrou em contato com três números de telefones em busca da assessoria de imprensa da secretaria da Fazenda para confirmar essa informação, mas não teve sucesso.

 

Choque

 

Segundo Fábio de Carvalho, o setor não está preparado para o aumento da carga tributária em produtos da cesta básica, como feijão, arroz e açúcar. "Após a mudança, a cobrança de impostos dos produtos aumentou de 36% a 40%. A elevação do ICMS influenciará negativamente o comércio brasiliense", comentou.

 

O presidente do sindicato do setor contou à reportagem que, se prevalecer o decreto atual, o prejuízo não será apenas para o empresariado, mas também para o consumidor final, que poderá pagar mais caro pelos produtos da cesta básica, por exemplo. Isso porque houve aumento de 1,1% para 1,5% no imposto desse setor, e de 5% para 7% no segmento de bebidas. "Sem contar remédios, que teve um aumento de 30%", assinalou Carvalho, que espera mudanças "para um patamar mais aceitável"..

 

A diminuição da carga tributária foi a principal solicitação feita pelos empresários. Porém, outras ações também foram sugeridas com o objetivo de beneficiar a economia da capital do país. No entanto, o setor atacadista terá que arcar com o aumento dos impostos até que a proposta seja analisada pela Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal, que se comprometeu a resolver o problema até o início da próxima semana.

 

Números

 

De acordo com o presidente do Sindiatacadista/DF, o setor recolhe, hoje, aos cofres públicos mais de R$ 66 milhões ao mês de ICMS, o que representa 22% do faturamento total do governo, além de gerar 25 mil empregos diretos. "Somos responsáveis pelo abastecimento de todo o varejo local e isso representa produtos de qualidade e preços mais competitivos do que os praticados antes de 1999, quando a atuação do setor atacadista era incipiente do DF", destaca o presidente do Sindiatacadista-DF, que continua: "Nosso faturamento é de R$ 700 milhões por ano", sinalizou.

 

O Sindiatacadista-DF, criado em dezembro de 2001, representa 24 segmentos da economia em Brasília, entre os quais estão o comércio atacadista de gêneros alimentícios, autopeças, drogas e medicamentos.

 

Ao todo, já são mais de 1.200 empresas atacadistas instaladas no Distrito Federal.

 

Veículo: DCI


Veja também

Justiça gaúcha manda Makro trocar produtos com defeito

Marina Diana / Agências  Porto Alegre - O juiz de Direito Giovanni Conti, da 15ª Vara Cível de P...

Veja mais
Cartilha orienta sobre emissão de nota fiscal

Objetivo é reforçar a importância do documento, sobretudo para os setores de hortaliças e fru...

Veja mais
"Cade deixou de focar peixe pequeno e pega os grandes", diz Badin

Com decisões como a da semana passada, em que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) assinou ...

Veja mais
Dono do site do Mappin na internet pode ser processado

O Mappin, popular loja de departamentos de São Paulo que entrou em processo de falência em 1998, pode enfre...

Veja mais
Fraude atinge quase 70% das empresas

Crime: Pesquisa mostra que principal fraudador é o próprio funcionário, cujos desvios podem at&eacu...

Veja mais
Governo estuda manter IPI reduzido

Foco são eletrodomésticos, material de construção e bens de capital   A reduç&...

Veja mais
Adesão à nota eletrônica é baixa

Tributário: Iniciado em 2006, projeto só deslanchou nos Estados de São Paulo e Amazonas   A ...

Veja mais
Supermercados são alvo de operação fiscal

A Secretaria da Fazenda de São Paulo e o Ministério Público do Estado fizeram operaçã...

Veja mais
Justiça multa Pão de Açúcar em R$ 464 mil

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a multa de R$ 464 mil - em valores de 2003 - devid...

Veja mais