Mobilização para o varejo não perder o cheque

Leia em 3min

A ACSP aceita sugestões para aperfeiçoar normas do Banco Central.

 

A Comissão do Varejo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) receberá até o próximo dia 10 sugestões e contribuições para o aperfeiçoamento da resolução do Banco Central (BC) que pretende alterar ou implementar novas normas na utilização, recebimento, devolução e pagamento de cheques no País. O BC aceita propostas até o próximo dia 13. A comissão quer recolher as sugestões do comércio de São Paulo, formatá-las para entregar já sistematizadas ao BC.
 


As modificações propostas pelo banco estão discriminadas no edital de audiência pública número 33. O documento tem pontos polêmicos, como o estabelecimento do prazo de validade de um ano para a folha do cheque a partir da data de sua emissão.
Isso, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Informação, Verificação e Garantia de Cheques (Abracheque), José Antonio Praxedes Neto, vai afetar as vendas no varejo que trabalha com pré-datados, principalmente com vendas em 18 vezes no cheque.
 


As propostas do BC foram debatidas ontem no seminário Política Nacional de Comércio e Serviços promovido pela Comissão de Varejo, na ACSP. De acordo com o assessor técnico do departamento de normas do Sistema Financeiro do Banco Central, Francisco Guerreiro, a intenção, ao propor o prazo de validade, é evitar a ação de estelionatários. "Os criminosos, geralmente, esperam bastante tempo para utilizar os cheques roubados ou extraviados no comércio", disse.
 


O coordenador da Comissão de Varejo, Nelson Keirallah, observou que a ACSP tem sugestões que vai entregar ao BC na nova normatização para evitar fraudes. "Sugerimos a inclusão do número do CPF do correntista no CMC7. Com isso, a leitora do cheque pode fazer uma pergunta simples ao banco: esse CPF pertence a essa conta? Com a resposta sim ou não, sem entrar no sigilo bancário, podemos fazer desabar a fraude", afirmou o coordenador. CMC7 ou Caracteres Magnéticos Codificados em 7 barras é uma banda magnética de padrão código de barras que contém diversas informações a respeito do cheque.
 


Agir contra a fraude é urgente, segundo o assessor técnico do BC. De acordo com levantamentos da instituição que levam em conta o movimento do Compe, uma amostragem do sistema de compensação de cheques brasileiro, entre 1997 e 2008 o volume de cheques devolvidos sem fundos passou de 57 milhões para 85 milhões, alta de 49%. Em valores, o aumento foi de 188% com a soma de R$ 26 bilhões em 2007 e
R$ 75 bilhões no ano passado.
 


Um crescimento considerável, levando-se em conta que o uso do cheque está em declínio. Em igual período, a queda na emissão de cheques foi de 52%, passando de 2,9 milhões para 1,4 milhão que representaram, respectivamente, movimento de R$ 1,8 trilhão, em 2007, e R$ 1 trilhão, em 2008.
 


Outro ponto negativo da regulamentação proposta pelo BC, de acordo com o presidente da Abracheque, é também a limitação do número de cheques que a instituição financeira pode entregar ao cliente.
 


Há pontos considerados positivos também como a exigência de Boletim de Ocorrência para o cliente sustar cheques em branco no banco e a obrigatoriedade da instituição financeira de fornecer dados que possibilitem ao recebedor do cheque sem fundo encontrar o seu emissor.
O edital de audiência pública número 33 está aberto a sugestões desde o dia 14 de setembro deste ano. Pode ser consultado no endereço eletrônico www.bcb.gov.br. As sugestões e comentários podem ser enviados para a Comissão do Varejo no e-mail varejo@acsp.com.br.

 


Veículo: Diário do Comércio - SP


Veja também

Assistência técnica deve garantir conserto de produto importado

A garantia de produto adquirido no exterior deve ser cumprida pela rede de assistência técnica da marca no ...

Veja mais
Decisões suspendem quebra de sigilo bancário de empresas

Algumas entidades de classe que entraram na Justiça contra o decreto do Estado de São Paulo que permite a ...

Veja mais
Empresário brasileiro reprova judiciário em todos os quesitos

 Empresários brasileiros não confiam na Justiça brasileira. Esse é o balanço de ...

Veja mais
Fifa notifica empresas por uso do termo "Copa do Mundo"

Empresas que não são patrocinadoras da Copa de 2014 nem das Olimpíadas de 2016 devem tomar cuidado ...

Veja mais
Empresa que aderir ao Refis se livra até de processos criminais

Perto da reta final para adesão ao chamado "Refis da crise" - que se encerra em 30 de novembro -, muitas empresas...

Veja mais
Receita fecha o cerco contra grandes empresas do País

A Receita Federal deflagrou ontem a Operação "Ouro de Tolo" (em analogia ao sulfato de ferro, que parece o...

Veja mais
Sem dono

O COB tentou na Justiça do Rio a condenação dos Supermercados Guanabara, por conta da campanha publ...

Veja mais
Uma possível saída para marcas famosas

Bombril, Coca-Cola, Petrobras, Kibon, Havaianas e Natura são algumas das marcas que pertencem ao seleto grupo das...

Veja mais
Feriado independe de prefeitura

A autoridade municipal não tem competência para proibir o funcionamento de supermercados aos domingos e fer...

Veja mais