Rótulo transgênico pode mudar

Leia em 2min

Projeto de deputado quer o fim da identificação de alimentos geneticamente modificados em produtos

 

Você sabe quando está comprando ou comendo um produto transgênico (com modificações genéticas)? Está em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de lei que, se aprovado, pode acabar com a obrigatoriedade do rótulo que indica existência de elementos transgênicos nos alimentos.

 

O autor da proposta, o deputado e engenheiro agrônomo Luiz Carlos Heinze (PP - RS), considera a identificação prejudicial aos produtores do setor. “O símbolo que indica elemento transgênico nos alimentos acaba afastando as pessoas. Pela minha experiência profissional, digo que esse tipo de alimento não é prejudicial à saúde.”

 

Juliana Ferreira, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), defende, no entanto, que a discussão agora não deva ser se o alimento representa ou não risco à saúde, e sim, se o consumidor está sendo privado de seu direito à informação, um dos princípios básicos defendido pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). “O consumidor não pode ser prejudicado de forma alguma e esse projeto de lei beneficia única e exclusivamente quem fabrica o produto.”

 

A proposta de Heinze é de que haja a indicação somente quando for detectado valor superior a 1% de organismos geneticamente modificados (OGM) nos alimentos. No entanto, segundo Juliana, alimentos muito processados, como papinhas de bebê e bolachas, têm seu DNA quebrado e o elemento geneticamente modificado fica indetectável, o que não muda sua qualidade de transgênico.

 

Para Flávio Finardi, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e especialista em biotecnologia de alimentos, o símbolo utilizado hoje para identificar alimentos transgênicos não é informativo. “A indicação transmite sinal de perigo, induzindo o consumidor a pensar que está ingerindo um alimento prejudicial, o que não é verdade.”

 

A conselheira da Associação de Agricultura Orgânica (AAO) Marijane Lisboa, por outro lado, defende que não há razão para esconder se o produto é ou não transgênico. “A falta de uma identificação clara pode causar confusão nos mercados e fazer com que as pessoas percam a segurança naquilo que consomem. O consumidor tem o direito de escolher”.

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


Veja também

Aprovada compensação a exportador por tributo

O projeto que compensa os exportadores pelas perdas devido a excesso de pagamento de tributos, de autoria do senador Fra...

Veja mais
A crise das marcas e a dificuldade em se batizar produtos

Não se pode mais ignorar a existência de uma crise de marcas, responsável pela dificuldade que as em...

Veja mais
Assistência técnica deve garantir conserto de produto importado

A garantia de produto adquirido no exterior deve ser cumprida pela rede de assistência técnica da marca no ...

Veja mais
Mobilização para o varejo não perder o cheque

A ACSP aceita sugestões para aperfeiçoar normas do Banco Central.   A Comissão do Varejo da ...

Veja mais
Decisões suspendem quebra de sigilo bancário de empresas

Algumas entidades de classe que entraram na Justiça contra o decreto do Estado de São Paulo que permite a ...

Veja mais
Empresário brasileiro reprova judiciário em todos os quesitos

 Empresários brasileiros não confiam na Justiça brasileira. Esse é o balanço de ...

Veja mais
Fifa notifica empresas por uso do termo "Copa do Mundo"

Empresas que não são patrocinadoras da Copa de 2014 nem das Olimpíadas de 2016 devem tomar cuidado ...

Veja mais
Empresa que aderir ao Refis se livra até de processos criminais

Perto da reta final para adesão ao chamado "Refis da crise" - que se encerra em 30 de novembro -, muitas empresas...

Veja mais
Receita fecha o cerco contra grandes empresas do País

A Receita Federal deflagrou ontem a Operação "Ouro de Tolo" (em analogia ao sulfato de ferro, que parece o...

Veja mais