Compras para o período natalino já foram feitas. Supermercadistas não avaliam como a crise vai refletir no setor neste ano
A alta do dólar não deve gerar fortes impactos nos preços dos importados vendidos nos supermercados mineiros. Pelo menos não em relação aos produtos natalinos. o que acredita o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues. Segundo ele, a maioria dos supermercadistas já realizou as compras para o último trimestre do ano antes do início da crise internacional e não será necessário remarcar os produtos.
Ele explicou que se tratam, em grande parte, de gêneros alimentícios, como bacalhau, castanhas e frutas cristalizadas. Muitos são perecíveis, o que impossibilita grandes estoques. "Além disso, são sazonais e quando as festas de fim de ano passam os produtos não têm mais saída. Portanto, mesmo aqueles que deixaram para comprar agora - com o dólar acima de R$ 2 - vão ter que oferecer preços convidativos ao consumidor, senão correm o risco de fiscar com mercadorias encalhadas, e ninguém quer isso", afirmou.
Para Rodrigues, a própria concorrência vai se encarregar de regular os preços. "Aposto em valores muito parecidos com os de agora. Se ocorrerem aumentos, não serão muito expressivos. E o consumidor sabe pesquisar e vai ajudar a manter os preços aceitáveis."
Encomendas - Na semana passada,o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, disse que, com a agravamento da crise e a flutuação do dólar, os atacadistas já estavam começando a ter problemas para entregar as encomendas de importados em São Paulo dentro do prazo combinado.
No entanto, o superintendente da Amis afirmou que em Minas Gerais esse problema ainda não ocorreu. "O temor de alguns supermercadistas de que a alta do dólar pudesse fazer com que os produtos importados sumissem das prateleiras não deve se confirmar por enquanto. O setor não é tão volúvel. Já ligamos para várias lojas e não há relatos de atrasos nas encomendas junto aos atacadistas", observou.
Por outro lado, o presidente da Associação dos Atacadistas Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Leonardo Severino, alertou que a situação pode se complicar caso a crise financeira se estenda e o dólar continue subindo. "Para este ano, não vejo tantos problemas. Mas, para o planejamento para 2009 pode ser afetado. Os volumes de compras devem diminuir", disse.
Mesmo com a previsão de um Natal sem grandes oscilações dos preços dos produtos nas prateleiras dos supermercados mineiros, o superintendente da Amis disse que a crise é recente e ainda não é possível prever quais serão suas conseqüências. "Ainda não dá para saber como será o ano de 2009", afirmou.
Por isso, Rodrigues recomenda que os consumidores antecipem as compras de Natal, pelo menos as de produtos importados. "Quem estiver com dinheiro na mão deve comprar o quanto antes. Mesmo que a diferença nos preços seja pequena, sempre é bom economizar", alertou.
Veículo: Diário do Comércio - MG