Crise deve afetar importação de vinhos e azeites neste ano

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A importação de produtos como vinhos e azeites deverá ser afetada no mercado varejista devido ao cenário internacional. Segundo fontes do setor, isso é bom sinal para as empresas brasileiras, que poderão contar com mais produtos nas prateleiras, já que o segmento mantém a expectativa de bons resultados neste ano, seguindo o termômetro das vendas reais do setor supermercadista, que apenas em agosto cresceram 12,4% em relação ao mesmo mês do ano passado.

 

"Caso o dólar continue a subir, a tendência é de que a venda destes produtos sofra uma queda. Além do mais, será inevitável o repasse da alta para o consumidor final", analisou Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). De acordo com o executivo, não se fazem mais grandes estoques como antigamente, portanto, as compras de dezembro não são fechadas mais em agosto.

 

Nos oito primeiros meses do ano, o setor contabiliza alta de 9,36% frente ao mesmo período de 2007, segundo estimativas da Abras. O resultado acumulado de janeiro até agosto foi o maior desde 2003. Na comparação de agosto com julho, a alta foi de 3,25%. Os números já incluem o desconto da inflação no período, calculado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O valor real da cesta de 35 produtos classificados pela entidade como de largo consumo, que inclui alimentos, produtos de limpeza e de beleza, apresentou queda de 1,1% em agosto ante julho, para R$ 254,51. Em relação a agosto de 2007, houve aumento real de 8,41%.

 

Segundo a entidade, os produtos com os maiores reajustes nos preços em agosto ante julho foram cebola (18,07%), frango congelado (5,91%) e sabonete (5,66%), enquanto as maiores quedas foram registradas em tomate (-43,28%), batata (-7,17%) e leite longa vida (-5,34%).

 

Associações

 

No ano passado, as redes e associações de negócios do setor supermercadista movimentaram R$ 17,65 bilhões, valor que representa um crescimento de 11,02% na comparação com 2006. O levantamento foi realizado pela Abras em parceria com a empresa de pesquisa LatinPanel. Já o faturamento real, já deflacionado pelo IPCA, do IBGE, aumentou de 7,12%. A pesquisa também registrou crescimento de 6,09% no número de lojas passando de 3.214 estabelecimentos, em 2006, para 3.410, em 2007. "Os resultados mostram que a associação em redes de negócios ganha importância no Brasil porque proporciona crescimento e evolução às empresas de pequeno porte", disse o presidente da Abras.

 

Para a diretora de Varejo da LatinPanel, Fátima Merlin, "as empresas estão buscando nessas centrais de negócios mais que comprar em conjunto, mas desenvolvendo em conjunto estratégias de marketing e aperfeiçoamento tecnológico. É a busca pela expansão integrada da cadeia", ressaltou.

 

Informática

 

A intenção de compra na categoria Informática cresceu 2,6% no terceiro trimestre do ano, em relação ao trimestre anterior. De acordo com pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar/FIA) e da consultoria Felisoni & Associados, essa categoria representa 13,8% das intenções de compra dos brasileiros entre os bens de consumo. Na avaliação do Provar, o resultado é reflexo do aumento do interesse das classes C e D por artigos de informática, aliado ao movimento de queda no valor cambial do dólar até o terceiro trimestre.

 

Os itens relacionados a cine e foto estão em segundo lugar no desejo do consumidor no terceiro trimestre, com 12,6%; a linha branca vem em seguida com 10,6%; acompanhada por telefonia e celulares (9,8%); móveis (6,8%); eletroeletrônicos (6,2%). A pesquisa foi realizada com 500 consumidores de São Paulo.

 

Marca própria

 

Com o intuito de conhecer as estratégias das varejistas e atacadistas brasileiras que atuam no segmento de marca própria, o Centro de Excelência em Varejo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), realiza no próximo dia 25 o seminário "Marcas Próprias: Estratégias de Diferenciação", na capital paulista. O evento, coordenado pelos professores Juracy Parente e Roseli Morena Porto terá participação de empresas de pesquisa como a Nielsen Brasil e LatinPanel, além de executivos das empresas Sistema Integrado Martins, Dicico, Carrefour e The Walt Disney Company Brasil.

 

Veículo: DCI


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