Para presidente da Abras, importados e produtos de maior valor agregado serão os mais afetados pela crise
Até o fim de 2008, o brasileiro estará pagando mais na hora de fazer suas compras nos supermercados, especialmente nos produtos importados e nos bens de maior valor agregado. A previsão é do presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Sussumu Honda.
"Com o dólar neste vai e vem, não estamos conseguindo ter preços formatados, sabemos que os preços irão subir, mas ainda não há como saber quanto (...) O setor de hipermercados, que trabalha com produtos de maior valor agregado, como eletrodomésticos, já deve estar sentido os efeitos da crise", afirma Honda.
No que diz respeito aos produtos natalinos, o presidente da Abras acredita que os atacadistas devem tomar alguma medida para não repassar de forma integral a variação no câmbio para o consumidor, a fim de não afetar muito o consumo.
"O setor atacadista realmente está muito preocupado porque, se fechar um câmbio com o dólar nesse volume, você não vai poder internar essa mercadoria que ela vai encalhar", disse, conforme publicado pela Agência Brasil.
Mudança de hábito
Desde o semestre passado, quando o mundo observou a constante alta dos alimentos, o consumidor vem mudando seus hábitos de consumo. Uma pesquisa, divulgada em agosto pela FGV (Fundação Getulio Vargas), mostrava que 80% dos brasileiros estavam diminuindo os gastos ou substituindo produtos e serviços, devido ao aumento da inflação.
Agora, com a economia mundial em crise, o consumidor já mostra estar menos confiante no futuro. O IEC (Índice de Expectativas do Consumidor), medido pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado do São Paulo) já apresenta baixa de 1,5% em outubro, na comparação com o mês anterior.
Para o assessor econômico da entidade, Thiago Freitas, a queda deve se acentuar nos próximos meses, contaminando e interferindo na intenção de compras do consumidor.
"A partir de agora, a tendência do índice é de queda, especialmente, no início de 2009, quando os recuos serão mais acentuados. Até então, a crise estava somente no setor financeiro e agora passa a contaminar a economia real. Neste sentido, os setores de bens duráveis e serviços serão os mais atingidos", disse.
Veículo: Portal MSN