As vendas reais nos supermercados devem manter no segundo semestre taxas de crescimento semelhantes às observadas nos seis primeiros meses deste ano, na faixa dos 4,2% em relação a igual período de 2010. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, os efeitos das medidas do governo para desacelerar a atividade econômica vão afetar a demanda nos supermercados na segunda parte do ano, especialmente de itens de maior valor agregado, que em alguns casos são adquiridos pelos consumidores por meio de financiamento.
"Os supermercados e hipermercados vêm ampliando o mix de produtos de maior valor agregado, reduzindo o espaço nas lojas para a venda de alimentos. As medidas (do governo) não devem afetar a venda de commodities, como arroz, feijão e óleo, mas de produtos que operam com margens maiores e trazem maior faturamento aos supermercados", disse.
Segundo o dirigente, a venda de itens da cesta básica continuará sendo impulsionada ao longo do ano pelo aumento da renda e do emprego, mesmo que num ritmo menor do que observado no ano passado, em conjunto com os reajustes salariais previstos até o final do ano pelos dissídios coletivos de várias categorias de trabalhadores.
O dirigente acrescentou que sazonalmente a segunda parte do ano apresenta melhor desempenho de vendas, mas ponderou que a forte base de comparação com os resultados de 2010 poderá limitar o avanço porcentual do faturamento dos supermercados. "Continuamos projetando uma alta real de 4% das vendas, mas espero que possa ser maior", afirmou. No ano passado, as vendas reais subiram 4,2% frente a 2009.
A redução nos preços é outro fator que contribuirá para a manutenção do crescimento das vendas. Segundo levantamento de preços da Abras, com 35 produtos considerados de largo consumo, como alimentos, limpeza e beleza, medido pela GfK, os preços dos produtos acumulam queda de 2,55% entre janeiro e junho.
Sobre o mês de julho, Honda destacou que as vendas devem apresentar uma aceleração frente a junho em razão deste mês contar com cinco semanas "cheias", com finais de semana completos. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG